Por luis.araujo

Rio -Dos passos de street dance, em Vila Isabel, onde foi criado, para o Royal Ballet de Londres. No espetáculo ‘Roots’, o bailarino Thiago Soares, 35 anos, um dos maiores nomes da dança internacional, que terá até sua vida documentada pelo canal a cabo HBO, volta às raízes. Thiago percorre as lembranças dos 22 anos de carreira e mistura seu início na dança urbana com seu estilo atual, a dança clássica, em parceria com o dançarino Danilo D’Alma. Com apenas quatro apresentações, a estreia acontece no próximo dia 14 de julho, às 21h, no Teatro Oi Casa Grande, com ingressos de R$ 50 a R$ 120, e se encerra no domingo, às 19h.

“A apresentação é um diálogo do eu de agora com o que eu fui quando dançava nas ruas. É marcante do ponto de vista autobiográfico, e o Danilo é esse artista que me leva para esses caminhos de memória. O barato é essa comunicação entre nós. É sempre emocionante lembrar o passado. Espero que o público desfrute bastante”, explica Thiago.

Atualmente, o bailarino mora na Inglaterra, faz parte do Royal Ballet de Londres, onde é o primeiro bailarino, e por ano, se apresenta em mais de 70 trabalhos. Mas se na dança Thiago se desafia e coloca seu corpo em movimento o máximo que pode, na vida não é diferente. Além da grande quantidade de espetáculos, a cabeça e a agenda são cheias de projetos e um deles é o ‘Aprendizes’, que acontece no Espaço Cultural da Gamboa e tem o bailarino como patrono. Nele, crianças e jovens carentes têm aulas gratuitas de dança.

Thiago Soares mistura Vila Isabel com LondresDivulgação / Carlos Galvão

“Eu visito sempre o galpão e vejo as atividades que estão acontecendo. Eu fui dessa vez e dancei com uma das meninas do projeto e sou muito amigo do diretor. Ajudo ele a tomar decisões mesmo que de longe”, afirma.

Mas até chegar neste ponto da carreira, os pés de Thiago passaram por diferentes países. A trajetória internacional começou na Rússia. “Eu fui embora do país para a Rússia com um pouco de melancolia, tinha desejo de mais e, para a dança clássica, eu sabia que ia ter limitações aqui. Tive que deixar, família, amigos, tudo. Eu sofri pelo lado pessoal. Me mudei do Rio para lá e vivi numa época que não tinha internet, Coca-cola, celular, etc. Foi uma época difícil”, relembra.

Hoje a vida é melhor. Thiago se considera feliz na carreira e a aposentadoria é uma história que seu corpo ainda não quer contar. “Eu estou me sentindo muito bem. Sei que um dia eventualmente todo mundo tem que parar, mas não vivo isso hoje, esse medo. A carreira de bailarino é curta e você tem que usar muito a cabeça também para fazer os projetos certos. Hoje estou envolvido em trabalhos que eu tenho vontade, tenho boas temporadas ainda e muitas coisas pela frente”, diz otimista.

Com reportagem do estagiário Guilherme Guagliardi

Você pode gostar