Por tabata.uchoa

Rio - Com mais de dois milhões de fãs no YouTube (vídeos como o de ‘Te Assumi pro Brasil’, música nova, já passaram dos 105 milhões de views) e lançando o DVD ‘Na Praia 2’, Matheus & Kauan querem mais. A dupla formada pelos dois irmãos em Itapuranga (GO), cujo cachê gira em torno de R$ 180 mil (e cuja agenda passa dos 25 shows por mês), quer conquistar de vez o Rio. Começaram pela gravação do novo DVD, que rolou no Sheraton Grand Rio, na Avenida Niemeyer, e prosseguem pelo Carnaval, que adoram. Planejam até um camarote especial para o estilo sertanejo na Sapucaí em 2018. E sonham em cantar no Rock In Rio. 

Para conquistar de vez o Rio%2C dupla Matheus %26 Kauan já pensou em morar na cidade e planeja ter um camarote só para sertanejos no CarnavalDivulgação

“Já pensou a gente no Rock In Rio e no Lollapalooza? Seria bem legal levar o sertanejo para lá”, conta Matheus, animado. Kauan brinca: “Sei lá, rapaz. Acho que a gente iria levar lata na cabeça!”. “A gente tem influência de muita coisa de rock: Coldplay, John Mayer. Sempre ouvimos muita coisa diferente, além do sertanejo”, completa Matheus. Por sinal, Kauan, o mais velho dos dois irmãos, chegou a morar nos Estados Unidos antes de montar a dupla com Matheus. Lá, viveu como imigrante ilegal, trabalhou na construção civil e mal sabia que o irmão, ainda vivendo na casa dos pais, já estava compondo várias músicas. 


FESTA NO BLOCO
O desejo de conquistar a capital carioca é realmente grande: Matheus diz que até moraria por aqui. Já a tal vontade de ter um espaço especial para os sertanejos na Sapucaí não fica atrás. Ainda mais depois que a dupla se apresentou na Avenida, no CarnaUOL (camarote do portal), durante o Carnaval.

“Foi até curioso porque a gente cantou na Sapucaí bem no dia em que rolou a apuração dos resultados das escolas de samba. Rolou até uma discussão lá”, diverte-se Kauan.

Poucos dias antes, em 26 de fevereiro, a dupla puxou o popular trio elétrico Pirraça em Salvador, que costuma agendar sertanejos para a linha de frente — Jorge & Matheus estiveram no mesmo papel deles por vários anos.

“Demos quase sete horas de show. Fomos a única dupla sertaneja a fazer isso este ano e ficamos até com medo de não conseguir cumprir todo o roteiro. Sei lá, nosso show é só de uma hora e quarenta. Agora, imagina sete horas?”, espanta-se Matheus.

Com tantos compartilhamentos e visualizações em redes sociais (veja abaixo os números), Matheus e Kauan também dedicam algumas horas por dia a falar com os fãs pelas redes. “Eles sempre comentam alguma coisa, e a gente responde. É bem legal ter essa interação do fã com a gente”, alegra-se Kauan.

NA PRAIA, FINALMENTE
O DVD ‘Na Praia 1’, de 2016, não foi feito à beira-mar — foi gravado numa praia artificial no Lago Paranoá, em Brasília. Desta vez, foi diferente: o ‘Na Praia 2’ foi gravado pertinho da praia do Leblon, na Avenida Niemeyer, pegando as luzes do fim da tarde, em setembro do ano passado.

Além da beira-mar, o DVD teve cenário criado pelo arquiteto Luís Pedro Scalise, que recentemente assinou um quarto na Casa Cor São Paulo por encomenda dos estúdios Disney, para o lançamento do desenho ‘Valente’. Apesar do número crescente de fãs, a plateia do DVD era formada basicamente por convidados da dupla.

O repertório tem músicas como o hit ‘Te Assumi Pro Brasil’, mais ‘O Nosso Santo Bateu’, ‘Se Amasse Ele’, ‘A Nossa Praia’ e ‘Decide Aí’. A assessoria da dupla não informa o quanto foi gasto na produção do DVD, realizada pelos próprios cantores e por sua equipe.
“Ficamos com o maior medo no dia, porque deu previsão de chuva, mas acabou tudo bem”, lembra Kauan.

MACHADO DE ASSIS
Os dois ainda não acreditam no sucesso que conquistaram nos últimos anos. “Se você pegar uma foto de uma plateia nossa hoje e uma de um show de quatro anos atrás, é totalmente diferente. Nem dá para comparar”, conta Matheus.

Já Kauan lembra que lá no comecinho nem imaginaria o sucesso. “Eu era só um adolescente que trabalhava na livraria da minha mãe e adorava música. Eu lia muito livro, lia muito Machado de Assis, essas coisas”, relembra. “Comecei a fazer letra, e nem botava música”. 

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