Rio - Ela mexe com o coração dos brasileiros quando entra em uma disputa. Ginasta desde muito cedo, Jade Barbosa dá saltos perfeitos, que a tiram completamente da realidade. “O esporte me ajuda a distrair e a não pensar na falta que minha mãe faz”, conta ela.
A mãe de Jade morreu vítima de um aneurisma quando a atleta tinha apenas nove anos, mas ensinou a filha a não desistir de nenhum desafio que surgisse em sua vida. Muito apegada aos familiares, a loira parece ter aprendido a lição, tanto é que está brilhando no ‘Dancing Brasil’, o reality de dança da Xuxa, na Record.
“Está sendo um grande desafio. Na ginástica, tudo é muito certo. O corpo fica sempre muito duro, fechado e protegido. Na dança você tem de ter mais jeito, ter o corpo mais mole”, explica a jovem, que já levou bronca dos jurados pelo excesso de seriedade.
“Eu preciso relaxar mais. Nessa parte artística, os atores têm mais facilidade. Eles já lidam com as câmeras”, justifica.
Quando chega para competir no ginásio, Jade garante que a concentração é total. Muito tímida, a moça conta que não olhar para as câmeras é o segredo para conseguir um bom resultado em suas séries.
“No solo ou na trave, eu não olho para nada. Se eu olho para a câmera, perco a concentração e acabo caindo. Sou muito tímida e acho que no ‘Dancing’ isso me atrapalha um pouco”, revela.
Nas primeiras semanas do reality, a atleta mal olhava nos olhos de seu coreógrafo, o Teo, mas agora eles já estão bem amigos e o dançarino é só elogios à Jade.
“Por ser uma ginasta, ela tem muita noção corporal. Está sendo mais fácil trabalhar os movimentos com ela”, diz ele, que ousou na última apresentação da moça.
Ao dançar paso doble, a loira se transformou no palco. Como o tema do programa era “um momento importante da minha vida”, a mais nova bailarina escolheu narrar sua primeira participação no Pan-Americano através da dança e emocionou o público.
Se vai levar os R$ 500 mil para casa, a atleta ainda não tem certeza, mas já sabe que a participação no programa da Xuxa pode ajudar a garantir novas medalhas na ginástica artística.
“A cada ano aumenta mais a cobrança na parte artística das competições. Então, para mim, essa experiência está sendo tipo um workshop”, diz ela, que já tratou de ensinar alguns passos para as amigas do esporte.
“Quando eu chego nos treinos, as meninas já começam a me perguntar o que eu aprendi de novo na semana, pedem para ouvir a música que eu vou dançar, para eu ensinar a coreografia. Eu falo para elas terem calma, não é assim. Isso me deixa mais nervosa (risos)”, afirma Jade.
Treinando ginástica de manhã e dançando para o reality no período da tarde, se tem uma coisa que Jade já entendeu é que agora tem horário para tudo, até para suas expressões.
“Minhas séries são bem dramáticas. Lá no ginásio eu sei que posso fazer cara de choro e tudo fica tranquilo. Quando chego aqui na Record, já sei que é hora de sorrir e estou amando mostrar todas essas fases da Jade”, afirma a atleta, que está feliz com o seu desempenho e sem motivos para chorar, já que além da torcida da ginástica, agora ela também tem o apoio dos brasileiros para dançar.
Reportagem de Bárbara Saryne do Diário de S. Paulo