
Rio - Depois de 20 anos na Globo, Juliana Knust estreou na última terça-feira na Record. A atriz deu vida à rainha Vitoriana, amorosa esposa do rei Otoniel (Kadu Moliterno), que é assassinada já no primeiro capítulo de ‘Belaventura’, dando início a uma trama cheia de mistério.
“É tudo novo, uma nova etapa de vida. Estou chegando como se deve: devagarinho e dando os primeiros passos na emissora”, diz Juliana. “O que posso dizer dessa novela, que tem tudo para ser um sucesso, é que a morte da Vitoriana vai ser um grande mistério ao longo da história para ser desvendado”, completa.
Juliana Knust já está reservada para a próxima novela da faixa das 20h45 na emissora. “Vou protagonizar ‘Apocalipse’. Minha personagem é uma mulher forte, a Zoe Santero”, faz suspense sobre a produção que estreia em novembro.
NOVOS RUMOS
Entre 2015 e 2016, ela atuou em ‘Malhação — Seu Lugar no Mundo’, fazendo a personagem Bia, em seu último trabalho na Globo. A participação aconteceu 18 anos depois de sua estreia na emissora, no mesmo seriado. “Comecei e encerrei meu ciclo lá em ‘Malhação’. Foi ótimo, marcou”, conclui. Após duas décadas trabalhando em produções no Projac — foram mais de 20 anos, entre novelas, séries e seriados — Juliana lembra que chegou a achar ‘sofrido’ quando seu contrato não foi renovado.

“Acreditava que aquilo ali era minha estabilidade . No entanto, depois que me vi sem contrato, me movimentei, fiz acontecer. Fui escrever, produzir, fazer teatro. Não me acomodei, fiz acontecer”, revela a atriz, emendando: “Acostumaram a gente mal”.
Ela afirma que vê com naturalidade que os contratos sejam feitos por obra. “Isso é o futuro. Não tem empresa que resista a ficar pagando salários para os atores ficarem em casa. A economia mudou, o mundo mudou”, opina.
Aos 36 anos, a mãe de Mateus, 6, e Arthur, 2, frutos do seu casamento com Gustavo Machado, Juliana confessa que a instabilidade da carreira já a afetou. “Passei por muitas crises. Já fui feliz e infeliz”, recorda. Mas apesar das dificuldades no caminho, ela observa que nunca pensou em fazer outra coisa na vida. “É difícil conseguir viver e sobreviver dessa profissão. Não é só batalhar para chegar a algum lugar, é chegar e fincar o pé lá. Já pensei em desistir e voltei atrás. Mas nunca existiu um plano B. Só podia ser atriz”, desabafa. “Me sinto realizada e grata por ter a oportunidade de fazer o que amo”.
LINDA E LEVE
Juliana chama a atenção pela boa forma e pelo bom humor. Adepta de uma rotina saudável, ela não abre mão da alimentação regrada e de praticar exercícios. “Não tem milagre. Todo mundo sabe o que engorda e o que não engorda. Tento malhar de segunda a sexta. Venho mantendo meu peso há alguns anos, então me permito comer uns doces, mas sou disciplinada”, conta.
Mas nem sempre foi assim. “Quando fiz a Laura em ‘Malhação’ (1997), pediram que eu engordasse 10 quilos. Tinha 15 anos e meu metabolismo mudou completamente”, lembra. “Depois disso, comecei a ter o efeito sanfona: engordava e emagrecia. Sofri, pirei nesta época. Tive depressão. Fiquei mal de cabeça”.
Nas gestações dos dois filhos, a morena administrou bem as transformações do corpo. “Na primeira, engordei 20 quilos, foi punk. Na segunda, segurei. Dez quilos você perde em dois meses”, revela. “Acho importante o bem estar, olhar e gostar do que vê. Ser feliz. Dei uma turbinada nos seios depois que tive meu primeiro filho. Queria uma coisa bem natural e ficou”.
Ela credita a serenidade atual à maturidade e à maternidade. “Tenho minha família, minha base, me sinto tranquila. A beleza é resultado de um equilíbrio. Estar bem mentalmente, espiritualmente, é importante. Se estamos felizes, transparece. Às vezes, não é tanto a beleza física, é a energia”, pondera. “Não quero ser a menina de 20 anos atrás, quero ser a mulher que sou hoje. Estou bem assim. E gostando de envelhecer”, diz.