Rio - Wolf Maya é um artista múltiplo, faz tudo. Começou como ator, escreve, dirige e produz. Está feliz por ter mais de mil alunos formados na Escola de Atores. E conta, orgulhoso, que deste total, 20 alunos, que são excelentes atores e cantores, estão na peça ‘Relaxa que é Sexo’. O espetáculo fala de situações inusitadas, engraçadas e até constrangedoras que os jovens enfrentam no assunto amor e sexo. Em cartaz no Teatro Nathália Timberg.
Você adora musicais?
Pois é, esta é uma das comédias mais divertidas. É um momento tenso no Brasil, está todo mundo tão triste e apreensivo. Então, pensei em fazer uma comédia para soltar um pouco essa tensão, principalmente entre os jovens, que estão sem saber o que acontecerá com o país. Então, vamos falar de uma coisa que acontece com todo mundo - os jovens falando de si mesmo, retratando sua vida, sua primeira noite, seu casamento, sexualidade... E tudo com tom de comédia.
Momento marcante?
O processo de estudo fora do Brasil, quando trabalhei nos EUA. Os anos dedicados à televisão, os quase 30 projetos, entre novelas e seriados, marcaram muito minha carreira. Criei uma escola de atores e teatros - a do Rio com mais de 1.400 alunos e a de São Paulo tem mais de 1.080. E fiz o Teatro Nathalia Timberg na Barra. Com tecnologia de ponta e 400 lugares. Lindo! No Freeway. Foi a atitude mais próspera e comunicativa da minha vida, em um momento tão difícil no país. É uma atitude de resistência. Podemos, sim, ser donos da nossa arte. Esse é um momento divisor de águas, porque não estou apenas benefi ciando a mim, mas a toda uma classe. E os três prêmios e, curiosamente, mais em São Paulo do que no Rio. O Prêmio Cesgranrio é muito especial.
Como é a tua família? A arte vem no DNA?
Nós temos uma amorosidade muito grande e uma trajetória de vida e de sucesso que nos aproxima muito. Temos filhos, que são para família. O filho é uma atitude de família. Eu sou de origem goiana e isso traz essa união. Talvez por isso, Cininha e eu nos tornamos líderes de pessoas. Tenho dois fi lhos de casamentos, e um fi lho avulso(risos). Maria Maya tem nosso DNA, é uma ótima diretora, atriz e uma superparceira. Ela nasceu no teatro.
Como é o contrato com a Globo?
Tenho uma parceria com a Globo. Tinha um contrato de diretor. Agora, é como formador. A Escola de Atores Wolf Maya e a Rede Globo têm um contrato de parceria. A Globo tem oficinas, mas não tem um centro de estudos. Por isso, fez uma associação conosco e estamos treinando e formando atores. A nossa relação continua, eu só não faço mais novelas.
Esse contrato é exclusivo?
Não quero fazer com outra TV, principalmente aberta. Devo fazer um projeto com a Netflix e estou apresentando um outro para 2018, ligado à cinema. Estou com dois roteiros para fi lmar, um no Brasil e outro na Espanha.
E o projeto para a Netflix?
É muito lindo, falará sobre Barra Funda em São Paulo, sobre a miscigenação e a loucura da cidade. É um projeto para seriado. Tenho um outro roteiro com equipe do Almodovar, ‘Chicas Paranoicas’, para um tipo de mostra. Será rodado nos Estados Unidos, na França, na Alemanha e na América Latina, sempre com o idioma local. O elenco feminino arrasa!
E o show na Bahia?
Existe um grupo baiano chamado Cia. Baiana de Patifaria e com eles farei o musical ‘A Noviça dos Rebeldes’. Só com homens. São hilários! A estreia é em meados de agosto no Teatro Castro Alves, em Salvador.
O momento te preocupa?
Em meu convívio com os jovens, vejo muita ansiedade. Então, o que nos resta é trocar ideias para enfrentarmos esse momento. Não suportamos mais o baixo nível de pessoas na condução do país. É uma sacanagem chegar a esse ponto. É uma sacanagem não deixar um legado de esperança aos jovens.
Qual seu sonho?
Férias (risos)!