Por luana.benedito
Jonathan AzevedoDivulgação

Rio - A presença de Sabiá, o chefe do tráfico do Morro Azul vivido por Jonathan Azevedo em ‘A Força do Querer’, era para ser de apenas três dias. Mas, 58 capítulos depois, na próxima segunda-feira (dia 21), o bandido será ferido em uma operação da polícia e irá para a cadeia. “Não posso falar sobre o que acontecerá no futuro (risos). Tenho certeza de que o Sabiá vai abrir portas para outros trabalhos. Sonho muito em fazer um personagem que tenha uma vida boa, bacana, núcleo feliz, viver um galã”, diz o ator.

Aos 31 anos, Jonathan Azevedo conta que, apesar de interpretar um bandido, o retorno do público tem sido cada vez melhor. “Outro dia, fui tirar um documento e a esposa de um policial veio falar comigo e disse que ama o Sabiá. O marido dela ainda agradeceu por mostrar a realidade do Brasil que muitos fingem não ver”, entrega.

PRECONCEITO

Na época da série ‘Força-Tarefa’, em 2009, quando interpretava o personagem Luizinho Exu, Jonathan passou por momentos complicados. “Eu tinha o cabelo tonalizado de louro e, quando saía da casa da minha mãe, era parado pela polícia e levado para a delegacia. Isso aconteceu umas três vezes quando estava indo gravar.

Tinha que ligar para a Globo e aí era liberado”, lembra. “O Sabiá é o oposto”, acrescenta. Quando o assunto é preconceito, Jonathan tem a resposta na ponta da língua. “Transformo o preconceito em amor. Ele sempre vai acontecer, e eu sempre vou procurar levar amor”, frisa.

Para o ator, o sucesso de seu personagem se deve ao texto de Gloria Perez, à direção de Rogério Gomes, o Papinha, e sua equipe, e aos colegas de elenco. “Juliana (Paes), Emilio (Dantas), Hylka (Maria) e toda equipe. O sucesso desse núcleo e da novela é todo feito nessa união. Cada um se dedica muito”,afirma 

Sobre a intérprete de Bibi (Juliana), Jonathan é só elogios. “Ela tem uma energia muito boa. É uma artista completa e interpreta como ninguém. Ela é de verdade, é um anjo que aconteceu na minha vida”, enfatiza.

COMUNIDADES

Criado no conjunto habitacional Cruzada São Sebastião e morador do Vidigal, ambos no Leblon, Zona Sul do Rio, Jonathan conta que usou várias gírias que conhece das comunidades no repertório do seu personagem. “A Gloria Perez é muito generosa”, comemora o ator, que destaca que tudo que tem é graças aos pais, Sergio e Sildeia. “Vi amigos de infância indo para o crime, cada um teve uma escolha na vida. Meu pais me deram uma base perfeita, torcem e vibram com a minha carreira. Devo tudo que sou a eles e ao meu irmão Victor”, derrete-se ele que, assim como o irmão, foi adotado pelo casal.

“Somos filhos escolhidos para serem amados. Saber sobre meus pais biológicos nunca foi uma questão para mim porque minha mãe e meu pai me dão tanto amor e carinho que não penso em viver sobre o que passou. Tento dar o retorno, todo o amor que recebo deles”, diz.

Jonathan afirma que com o dinheiro do seu trabalho quer realizar dois sonhos. “Dar uma casa para a minha mãe e abrir uma biblioteca comunitária. Talvez se eles (os amigos que desviaram o caminho) tivessem a oportunidade que tive de abrir a mente, acho que poderiam ter tido uma vida diferente. Infelizmente, perdi muitos amigos”, lamenta ele, que é também integrante do grupo Melanina Carioca.

Quando o assunto é o coração, Jonathan não tem papas na língua. “Solteiríssimo, querendo viver de muito amor e muita paz!”, vibra. 

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