Campanha relembra memes icônicos  - Reprodução vídeo
Campanha relembra memes icônicos Reprodução vídeo
Por LUANA BENEDITO

Rio - Ao som de "Encaixa", do funkeiro paulista MC Kevinho, a nova campanha do McDonald's faz uma visita aos memes icônicos desta década. O ano de 2012 aparece representado pelos clássicos "Luiza do Canadá", "Eu sou Nissim Ourfali" e "Para a nossa Alegria". Já 2014 vem no Passinho do Romano, enquanto 2017 está representado pelos hits "Poxa Crush" e "Sweet Dreams".

O vídeo foi compartilhado nas mais diversas redes sociais e, desde o lançamento, na última terça-feira, soma quase seis milhões de visualizações, diversas reações e, é claro, novos memes. " Meme de 12 anos atrás, quando meme ainda não se chamava meme", comentou uma internauta. "Dessa vez os cara mitou (sic) demais", escreveu outro. "Mano do Céu", exaltou mais uma.

"Pode promover o estagiário aí que tá merecendo", disse outro usuário sem deixar de fora a piada pronta da Web para situações equivocadas e também assertivas: o estagiário. "Quando falam que publicitário é formado em memes, eles não mentem", emendou outro.

Para Viktor Chagas, professor e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenador do primeiro Museu de Memes do Brasil, a campanha é inteligente porque dialoga com a cultura da Internet e atinge o seu público alvo.

Segundo o docente, os memes contribuem para que as pessoas compartilhem sentidos, significados e perspectivas de um determinado assunto através de imagens, vídeos, frases, comportamentos e personagens.

"Os memes são comentários sociais e piadas compartilhadas. Quando a gente fala em meme, a gente está falando de uma opinião e de uma expressão pública de afeto. Eles desenvolvem novas capacidades e referências intertextuais ", comenta Viktor. Para quem que acha que o meme é uma linguagem pobre, o professor alerta: "Eles fazem uso da metáfora, da metonímia, da paródia e de um conjunto de artifícios."

O meme "Para nossa alegria" - Reprodução vídeo

De acordo com o pesquisador, o conceito de meme é anterior à Internet. "Hoje a gente denomina os memes como um formato de mídia que circula nas redes sociais. No entanto, a definição original veio na década de 70", diz. "A gente vê um processo de ressignificação das mídias sociais. A tendência é que os memes se tornem cada vez mais evidentes na sociedade", completa.

O Museu de Memes coordenado por Viktor conta com cerca de 850 registros em seu acervo digital sobre memes, comunidades virtuais e conteúdos de diversos países. O site está temporariamente fora do ar, após sofrer um ataque de hackers no último dia 10 de julho, mas as atualizações são divulgadas através da página no Facebook: https://www.facebook.com/museudememes

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