Rafael Vitti  - Globo/Estevam Avellar
Rafael Vitti Globo/Estevam Avellar
Por BÁRBARA SARYNE

Se Rafael Vitti pudesse escolher apenas duas características para definir João Guerreiro, seu personagem em 'Verão 90', com certeza exaltaria o bom humor e a paixão do rapaz por Manuzita (Isabelle Drumond). Há um mês no ar, o ator já conhece bem seu protagonista e o defende com unhas e dentes. Para ele, 'Verão 90' é uma trama que veio no tempo certo e ao contrário do que a crítica e muitos telespectadores já disseram, não é só mais um folhetim engraçado da faixa das sete.

“É uma comedia romântica, mas que tem uma trama que vai por um viés que traz verdade. Ela é leve, divertida, os personagens são muito múltiplos em relação a forma como vivem e veem o mundo”, afirma. Segundo ele, que tem apenas 23 anos, contar para as novas gerações como era a época de seus pais é um privilégio, principalmente por se tratar de um período que deixou marcas tão profundas.

A ausência da tecnologia na década de 90, por exemplo, é uma das reflexões que a novela provoca, e Rafael gosta de colocar em evidência, já que entende que a forma que vivemos dependentes da internet hoje não é tão interessante. “Isso me faz pensar até nas relações, que estão acabando muito rápido. É um imediatismo para resolver tudo. Você briga e não tem tempo para absorver aquilo, pensar sobre. Não é saudável, você não tem um tempo natural para as coisas”, avalia.

João (Rafael Vitti) e Manuzita (Isabelle Drummond) - Globo/João Cotta

A crítica feita pelo ator, porém, não é da boca para fora. Com oito milhões de seguidores no Instagram, Vitti faz várias postagens, mas não costuma compartilhar detalhes de sua rotina, como a maioria dos artistas, nos Stories. “Talvez eu não tenha me adaptado a isso direito”, diz ele, que viveria sem as redes sociais numa boa se precisasse voltar no tempo para encarar a vida de João Guerreiro.

Apaixonado não só na ficção

O único impedimento que o ator encontraria para viver na época da novela seria abrir mão do relacionamento que vive com Tatá Werneck há dois anos. Rafael fala da humorista com o mesmo brilho nos olhos que João demonstra ao falar de Manuzita (Isabelle Drumond) em 'Verão 90'. Ele acredita, inclusive, que Tatá o completa e afirma não passar um dia longe dela, pois mesmo quando não estão lado a lado os dois arrumam um jeito de conversar, seja por telefone ou mensagem.

“Para as coisas da vida, coisas mais sérias e que exigem um pouco mais de pé no chão, sou eu que tomo a frente. Mas nas questões profissionais é ela. Nós somos muito bem-humorados. A gente já acorda rindo”, conta o artista.

Por falar em risos, ele lembra de quando Tatá estava no ar em 'Deus Salve o Rei' e cismou que queria ter uma cabra de estimação depois que se apegou a uma de mentirinha, que tinha no estúdio. Quem precisou mostrar que isso não seria possível? É claro que foi ele.

“Eu falei para ela que a gente já tem 12 gatos e 7 cachorros. Ela nem ia ter tempo para falar com a cabra, que ia comer o jardim inteiro. Um dia, ela viu no meu telefone que eu tinha pesquisado como era criar uma cabra e disse: ‘Viu, Rafa, você está até pesquisando’. Eu respondi: ‘Mas estou pesquisando para ter argumentos para dizer que a gente não pode ter uma cabra’”, diverte-se.

Rafael Vitti e Tatá Werneck - Reprodução

Carreira

Deixando a vida levar quando o assunto é a carreira na televisão, Vitti conta que por mais que já tenha feito alguns trabalhos na Globo ainda sente um pouco de insegurança e acredita que isso acontece por não ser formado em Artes Cênicas.

“Eu aprendi com os meus colegas, com as experiências, mas, às vezes, sinto falta da faculdade. O ator precisa sentir confiança e a faculdade traz isso. É um trabalho de superexposição, e a gente quer fazer sempre muito bem feito”, revela.

Quem está ajudando Rafael nesta empreitada, segundo ele, é a experiente Claudia Raia e o diretor Jorge Fernando. Claudia é até mais que uma “professora” na arte de atuar porque também é uma referência da década em que a novela é ambientada.

“Ela é um símbolo dos anos 1990. Estar com ela nos bastidores é muito importante, é quase um laboratório. Ela é realmente uma grande parceira para todo mundo”, elogia o artista, que admite colocar pitadas do seu próprio bom humor na hora de interpretar João Guerreiro. “Eu tento sempre fazer dos meus personagens divertidos, mesmo que não peçam tanto. Esse tem muito bom coração, ama muito a mãe. Pena que sofre bastante sem merecer”, completa. 

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