Buchecha está com 44 anos e revela que já pensou em fazer uma operação para reduzir as bochechas
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Buchecha está com 44 anos e revela que já pensou em fazer uma operação para reduzir as bochechas Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Buchecha, pode acreditar, quis perder as bochechas. Chegou a iniciar, no ano retrasado, uma operação de bichectomia (para afinar o rosto), mas mandou parar tudo. "Acabei mexendo só em um lado, doía muito, não dava para fazer! Sou meio cagão com essas coisas, não gosto nem de ir a hospital. Mas quis fazer porque eu mordia muito a bochecha por dentro, ela é muito gorda!", diz, rindo, o cantor, que vai ver a sua história com o parceiro Claudinho (1975-2002) virar filme ('Nosso Sonho') e musical ainda este ano. E prepara para breve dois lançamentos: uma música em dupla com o rapper PK e o primeiro EP de seu filho, Ceejay,que ele produz.

"Eu sou um pai babão mesmo. O garoto está com 20 anos, tá começando agora, faz um rap mais pop", conta Buchecha, animado com o filme, que está ainda nas preliminares, com atores e diretor sendo escolhidos. "A gente falou que 'nossa história vai virar cinema, a gente vai passar em Hollywood' (no sucesso 'Coisa de Cinema'). E é como se fosse uma premonição, e quem sabe a nossa história não vai para Hollywood?".

Outro projeto de Buchecha é o show 'Bagunça do Buchecha', com o qual subiu ao palcodo Dozen Art Bar, no Leblon, sempre com convidados. O evento recomeça em setembro, mas o local das apresentações ainda não está definido e há planos para outros estados. No Dozen, dividiu o palco com Marcio G. (da antiga dupla com Goró) e Perlla.

"A ideia foi resgatar o funk da antiga. As pessoas perguntavam: 'Cadê o funk da época do Cidinho e Doca?' Percebemos também que há espaço para trazer pessoas de outros gêneros", conta Buchecha, lembrando que as letras românticas e a postura de palco da dupla com Claudinho foram um diferencial enorme nos anos 1990, quando começaram.

"Antes, o rap aparecia protestando contra o sistema, sobre o fato do preto e do favelado não terem espaço. Quisemos não colocar só isso nas letras, e também falar de amor. Mas a gente sofria uma pressão enorme. Fomos a primeira dupla a fazer show com DJ e banda, e as pessoas ficavam perguntando 'cadê o tamborzão?', 'onde é que está o volt mix?'", brinca. "Queríamos fazer uma música boa e irrestrita. Sempre acreditamos no poder da música, que ela transforma mentes e ideias", recorda.

Por falar nisso, e o funk 150 bpm, que acelera a batida? Buchecha aprova a mudança? "A transformação faz parte", conta. "Mas o funk 150 bpm faz muita apologia à violência, banaliza as mulheres, não acho legal.

Saudade

Buchecha lida até hoje com a falta do companheiro Claudinho, cuja morte ocorreu num acidente de automóvel na Rodovia Presidente Dutra, na descida da Serra das Araras, numa madrugada de sábado. "Você aprende a lidar com a situação. Não tem como reagir e sabe que não pude ficar enlutado a vida toda. Mas sinto muita saudade, tem muito sentimento envolvido. Toda vez que subo no palco me remete a essa lembrança. Tudo que aconteceu com a gente estava gravado na mente e no coração do povo brasileiro. E também na minha mente e no meu coração", diz ele.

O funkeiro, por sinal, é grato até hoje pela regravação que Adriana Calcanhotto fez do último hit da dupla, 'Fico Assim Sem Você', composto por Abdullah e Cacá Moraes (é a dos versos "Buchecha sem Claudinho/sou eu assim sem você"). "Essa música vinha num progresso enorme de sucesso e de repente aconteceu aquela tragédia. E a versão dela teve um impacto muito grande. Inseriu a dupla dentro de outro universo", conta.

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