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Por Juliana Pimenta
Rio - Aos 27 anos, Duda Brack apresenta ‘Uma Saga de Duda Brack’, série idealizada, escrita e dirigida por ela e que mescla música e dramaturgia. O projeto, contado pouco a pouco através dos clipes, mostra a história de uma mulher que se liberta de uma relação abusiva através da retomada de sua força. Consciente dos desafios impostos às mulheres na sociedade, Duda destaca os avanços sociais, mas lembra que ainda há luta pela frente.


“Acho que as mulheres estão a cada dia que passa mais empoderadas, donas de si e livres. Ainda há muito para se avançar na conquista pela igualdade de gênero, mas acredito que estamos evoluindo. Estamos cada vez cada vez mais maravilhosas e imbatíveis”, comemora a cantora que revela que, assim como retratado no projeto, também passou por relações tóxicas.

“Em vários níveis e instâncias (das mais profundas às mais sutis, das mais concretas às mais abstratas), nós vivemos relações tóxicas. Penso que a gente, enquanto humanidade, precisa curar muitas chagas para viver relações mais transparentes e corajosas, menos possessivas, controladoras, abusivas e manipuladoras”, pondera.

Parceria de luxo e novos planos

No segundo episódio/clipe do projeto, Duda recebe um convidado para lá de especial: Ney Matogrosso. E a cantora só tem a comemorar o resultado da parceria. “Ney é surpreendente! Ele sempre surpreende. Na elegância, no talento, na autenticidade, na disposição, no pique, na disponibilidade, na vontade e no tesão que ele imprime em tudo o que ele faz. Ele se joga de cabeça. A gente já tem carinho e intimidade, mas sempre que estou na presença dele eu fico muito atenta, querendo absorver essa sabedoria e essa luz que ele é e emana”, conta a cantora que já tem outro projeto preparado para o ano que vem.

“Em 2021 (finalmente!), vou lançar meu segundo disco. Posso adiantar que ele chamar-se-á ‘Caco de Vidro’, que tá bem lindo, bem vibrante, bem heterogêneo (tem funk, tem pagodão baiano, tem folk, tem ritmos latinos) porém coeso. E tô louca pra poder dividir isso com todo mundo!”, brinca.

Lutas sociais

Além dos desafios enfrentados pelas mulheres, Duda também revela o desejo de ver o fim de outras mazelas que assolam o cotidiano do brasileiro, como as mortes em decorrência do racismo estrutural. “Eu adoraria ver um impeachment do presidente Bolsonaro, por exemplo. Adoraria que a gente não precisasse mais se revoltar porque mataram um homem negro em um supermercado. Adoraria que a gente não precisasse discutir conceitos como ‘estupro culposo”. Adoraria a cultura tivesse o valor e reconhecimento que merece, que fosse vista como ferramenta imprescindível pra qualquer transformação sociopolítica, em vez estar à cada dia mais oprimida e sucateada. Adoraria que não tivesse gente passando fome, gente desempregada, gente sem acesso a estudo, a saúde. Adoraria que os movimentos sociais que militam por direitos constitucionais como moradia não sofressem atentados. A lista é tão grande… e a gente tá tão exausto de lutar por sobrevivência que fica difícil pensar em grandes transformações de imediato”.