L7NNON - João Pedro Maia Pereira /  DIvulgação
L7NNONJoão Pedro Maia Pereira / DIvulgação
Por Leonardo Rocha

É da periferia do Rio que estão surgindo os maiores nomes do rap nacional. Se antes a cena era dominada por artistas paulistanos, agora, é em solo carioca que as rimas ganham força, representando as dores e as delícias das favelas. Usando a música como ferramenta de transformação social, Lennon Frassetti, mais conhecido como L7NNON, fez da sua vivência no Barata, comunidade de Realengo, na Zona Oeste, fonte de inspiração para o álbum Hip-Hop Rare. Amor, crítica social e motivação fazem parte do seu repertório. 

É o caso do hit Freio da Blazer. Na faixa, o rapper levanta o debate sobre nunca passar despercebido numa blitz de trânsito. "É uma luta que vem de anos: o preto, pobre e favelado é marginalizado. Quando você está numa situação financeira legal, vão achar que você fez algo de errado para ter aquilo ali, ao invés de reconhecerem a luta e o esforço", destaca o artista, de 26 anos. "Através da minha arte, eu fortaleço os meus, mostrando que realmente é possível lutar, vencer e ter uma vida digna", afirma.   

Outra paixão de L7NNON é o skate. O rapper já se envolveu em diversas competições e vê no esporte sua válvula de escape, além dos versos e rimas que cria. Se seu álbum figura, hoje, entre os 50 mais ouvidos do Spotify, tudo graças à cultura freestyle que aprendeu nas ruas. "Tudo o que me tornei é devido à vivência de onde fui nascido e criado e pelas pessoas que me rodeiam. Isso só fortalece", ressalta ele, vendo na solidariedade do povo periférico sua maior lição. "Quem menos tem é quem mais oferece. A pessoa na comunidade pode não ter quase nada, mas se o outro precisar, vai tirar do pouco que tem para dividir, isso é um ensinamento tremendo", avalia. 

Morando atualmente em Ipanema, L7NNON vira e mexe também transita pelo Morro do Vidigal, na Zona Sul, para visitar a família. "A simplicidade das pessoas é a mesma", observa, fazendo um contrapondo entre as duas realidades. "Existe preconceito entre a favela e o asfalto. É uma questão de classe. Quando eu saí de Realengo e fui morar na Zona Sul, era visto de uma forma diferente, como favelado", conta.

Seguido por 2,6 milhões de pessoas no Instagram, o rapper garante que deseja ser uma boa influência para o público. "Isso me motiva a seguir em frente, acreditar e impulsionar pessoas a acreditarem em si. Nem nos melhores sonhos imaginei que tudo isso pudesse acontecer. Só agradecendo a Deus, minha família e a todo mundo que me acompanha", diz ele, que tem a faixa Gratidão como a preferida do seu disco.

 

Bons parceiros ao longo da caminhada
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l E por falar em gratidão... O sucesso é tamanho que, no dia 30, L7NNON se apresentou no Caldeirão do Huck, da Globo, ao lado de Xande de Pilares. "Foi surreal. Tive a oportunidade de trocar uma ideia com o Luciano, um cara incrível, somou muito na minha vida. O Xande eu conhecia ele da gravação do DVD do grupo Bom Gosto, que participei, um cara especial, talentoso. Só tenho a aprender. Que venham mais momentos assim", comemora o rapper.
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