Pabllo VittarDivulgação

Por Nathalia Duarte
Pabllo Vittar esquentou a primeira noite de inverno com o lançamento de “Batidão Tropical”. Nas plataformas de música no dia 24, em menos de 24 horas de lançamento, o álbum já contabilizava mais de dois milhões de streamings somente no Spotify. Com referências do forró e tecnobrega, a produção chega como uma ode ao Norte e Nordeste em plena noite de São João.


“É uma viagem no tempo. Venho relembrando os ritmos que eu escutava quando era criança. Tem essa pegada nostálgica. Acho que a gente conseguiu alcançar esse objetivo. Quem me deu meu primeiro DVD da ‘Companhia do Calypso’ foi a minha mãe e eu fiquei louca porque já na abertura ela vem com aquela roupa, pernão de fora, cabelão. Busquei essa referência na capa do álbum”, explica Pabllo, que exalta a importância que os grupos de forró tiveram na sua vida. “Nessa época eu era uma criança que estava me descobrindo. Já me aceitava, já tinha o apoio da minha mãe e me deixava muito empoderada ver a Mylla Karvalho fazendo aqueles agudos.
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Com nove músicas, “Batidão Tropical” entrega três inéditas, "Ama Sofre Chora", "Triste com T" e "A Lua" e seis regravações das bandas Companhia do Calypso, Ravelly e Batidão. Além disso, “Triste com T” foi escolhida para ser o segundo de três singles com direito a clipe, lançado na sexta-feira, dia 25.

“O clipe de ‘Triste com T’ fecha a história que eu comecei em “Ama Sofre Chora’. Eu sonhei um dia que estava vestida de noiva e pensei em trazer esse sonho pro meu trabalho. Não queria lançar esse clipe solto, então ele fecha o segundo momento. Tenho já um terceiro single em mente e estou vendo que a galera no Twitter está escutando muito essa música. Foi um desafio regravar essas músicas, mas quero que novas releituras cheguem ao mainstream. Espero que essas bandas ganhem espaço porque é isso: eles abriram as portas para mim e to aqui abrindo uma janela. Foi um desafio muito difícil e gostoso ao mesmo tempo”.

E se Mylla Karvalho, ex-“Companhia do Calypso”, serviu de inspiração para Pabllo se jogar. Hoje, a drag queen é o espelho de milhares de jovens LGBTQI+ pelo Brasil. A eles, a drag manda um recado: “A maior referência que as pessoas dessa geração podem ter é se orgulhar de onde elas são. Comprem essa pluralidade que é o Brasil. Temos que abraçar essa singularidade. Tenho muito orgulho. É quem eu sou, de onde nasci, de onde vim. Recebo muitas mensagens falando que sou a Mylla deles e penso: ‘oh não, sou nem a sombra dela’. Hoje em dia de alguma forma eu posso tocar nesses jovens”, explica a maranhense.

Dançante e caliente, “Batidão Tropical” põe todos para se mexer. Mas, em uma época que ainda não dá para se encontrar em festas, o álbum chega como um respiro em meio ao caos. “Ao mesmo tempo que me sinto triste porque queria estar nos palcos, sinto falta dos fãs, queria estar perto dos meus fãs e curtir esse momento junto com eles, fico com meu coração quente porque o álbum é um escape, um momento de alívio pra esquecer a loucura que estamos vivendo. Ter um momento de conforto, de felicidade. Estou cansada de entrar todos os dias nas redes sociais e só ter notícias tristes”.