Sorriso MarotoDivulgação

Rio – O retorno do Sorriso Maroto aos palcos está sendo mais que especial, conta o vocalista Bruno Cardoso, de 40 anos, que pouco antes da pandemia viveu um drama ao ser afastado dos palcos por problemas de saúde. O grupo de pagode faz três shows na região metropolitana do Rio de Janeiro neste feriadão: sábado (13) em Duque de Caxias, domingo (14) em Cosmos, Zona Oeste da capital, e segunda-feira (15) em Maricá.
“Por mais que a gente tenha um tempo de estrada, esse retorno está sendo uma experiência mega nova. Já vivemos inúmeras emoções, mas essa está sendo algo muito gostoso de viver. Está sendo recíproca, uma via de mão dupla com o público, sabe? O povo está retomando os shows que gosta e isso causa uma combustão totalmente diferente da que a gente tinha há dois anos. As pessoas estão indo aos shows com um propósito. Tem sido mágico”, reflete o cantor.
Otimista pelo avanço da vacinação no estado do Rio e feliz pelo reaquecimento econômico do mercado de shows, que movimenta milhares de trabalhadores e famílias, Bruno celebra a volta aos palcos com ingressos esgotados nas primeiras apresentações no Rio e em São Paulo.
“A retomada com ingressos esgotados foi uma surpresa boa. A gente não esperava, até porque a gente vem, ao longo dessa pandemia, fazendo praticamente uma manutenção de carreira. A gente começou a falar de projeto novo de um ano para cá e, mesmo assim, a gente não tinha show para confirmar o sucesso ou não do projeto… Agora, a gente sai da toca com a galera toda cantando, esgotando ingressos, com uma sede de cantar, de curtir. Vem nos surpreendendo”, diz ele.
DVD A.M.A
Além de sucessos como “Futuro Prometido” e “Sinais”, o grupo leva as músicas mais recentes do DVD “A.M.A - Antes que o Mundo Acabe”, lançado neste ano, pela primeira vez aos palcos. O projeto é fruto das experienciais pessoais do vocalista Bruno Cardoso e do desejo do grupo de viver em um mundo melhor. Em 2019, Bruno foi diagnosticado com derrame na pleura, que é o acúmulo excessivo de líquido no espaço entre as membranas que recobrem o pulmão, e precisou ser substituído por Thiago Martins nos shows do grupo.
“Esse DVD foi montado com base em tudo o que vivi e o que vivemos como banda, passa por reflexões que fiz, é quase um testemunho. A própria música tema ‘Antes Que o Mundo Acabe’ faz relato sobre todo o meu olhar e toda minha visão naquele período. Tem uma conexão”, diz.
Apesar de o DVD ter sido gravado em fevereiro de 2020, Bruno relaciona a mensagem do projeto com a experiência da pandemia. “A gente não tinha a menor noção do que o mundo iria passar nesse período pandêmico. Na verdade, esse projeto descreve o que a banda viveu junto comigo, que é parecido ao que se vive na pandemia. Antes, entre nós, a gente estava vivendo uma ‘espécie de pandemia’. Tive um período do meu tratamento que precisei ficar restrito de encontrar pessoas, tive de usar álcool em gel, máscara… Todo esse processo que a gente vive na pandemia agora”, relembra ele.
“Como esse projeto tem muita ligação com o que eu vivi, acabou se comunicando (com a pandemia). Tenho a certeza de que se a gente transporta a música tema para esse absoluto momento, ela vai se encaixar totalmente em nossa família, nossos amigos, nos questionamentos que a gente teve e ainda tem… A gente está fazendo algo muito importante com os shows porque a gente para e fala sobre. As pessoas acabam usando a nossa música como ferramenta de transformação”, conta Bruno, que pretende, em breve, doar parte dos cachês da turnê para ONGs.
Músicas ecléticas
Ao olhar para os 25 anos de carreira, Bruno enxerga o grupo de pagode como uma “banda bem aberta” a outros estilos, o que não seria diferente no novo DVD e turnê. A música “Nosso Flow”, que é o último single lançado, mistura pagode com trap.
“A gente nem sempre se restringe ao pagode mais tradicional. A gente busca novas emoções e DNA. O ‘Nosso Flow’ soa diferente, mas não é tão diferente do grande público, de misturar com trap, que é um afluente do rap. O Marcelo D2, por exemplo, sempre misturou samba e rap, assim como o Rappin Hood e Emicida. A gente apenas navegou nesses mares e colocou a nossa percussão, nosso jeitinho de fazer samba… A gente entende que o Sorriso Maroto é uma banda de vanguarda e tem que buscar sensações novas, de trazer frescor, trazer coisas que faça o público falar: ‘nossa, não esperava’. Esse é o grande barato”, finaliza Bruno.
SERVIÇO
13/11 (sábado) - Rei do Bacalhau (Caxias)
Rod. Washington Luíz, 2154 - Parque Duque, Duque de Caxias
14/11 (domingo) - Kosmos Atlético Clube
Rua Araranguá, s/n - Cosmos, Rio de Janeiro 
15/11 (segunda) - Esporte Clube Maricá
Rua Ver. Luis Antônio da Cunha 35 - Quadra AREA, Lote 0A - Centro, Maricá