Rio - O carnavalesco da Paraiso do Tuiuti, João Victor Araújo, descreveu como uma das maiores honras de sua vida assinar o desfile de 2023 da escola ao lado de um dos grandes ícones do Carnaval, Rosa Magalhães. Maior detentora de títulos na era do Sambódromo, a carnavalesca vai entrar na Avenida no quinto carro alegórico.
"É uma das maiores honras da minha vida, uma felicidade que não me cabe. Ela é uma grande inspiração para todo carnavalesco. Acho que todo carnavalesco deveria ter essa experiência e eu fui um felizardo", afirmou João Victor.
Segundo ano à frente da Azul e Amarela e em seu terceiro no grupo especial, o carnavalesco disse que a escola está preparada para brigar pelo título com muita alegria e irreverência.
"Expectativas muito grande, um desfile lindo, um Carnaval sem covid, com muita alegria. (A escola vai trazer) A chegada do Búfalo do Brasil de forma muito alegre e irreverente. A escola está preparadíssima para brigar pelo título, tudo lindo, muito ensaio e samba na ponta da língua", disse.
Da Índia para a Ilha de Marajó
O Grêmio Recreativo Paraíso do Tuiuti é a primeira escola a desfilar nesta segunda-feira (20) de Carnaval. A escola de São Cristóvão vai levar para a Marquês de Sapucaí o enredo 'Mogangueiro da cara preta', desenvolvido pelos carnavalescos Rosa Magalhães e João Vítor Araújo.
O enredo conta como o maior rebanho de búfalos do país foi parar na Ilha de Marajó, no Pará. Uma história que remonta ao período das grandes navegações entre ocidente e oriente, passa pela arte e cultura marajoara, inclui a dança do carimbó, e aborda a reverência do povo a esses animais no folclore local.
O samba se inicia na Índia do século XIX, país de origem do búfalo. Os animais faziam parte do comércio internacional. Um carregamento que tinha como destino a Guiana Francesa sofreu um acidente. Diz a lenda que o navio colidiu em uma pedra durante uma tempestade. A tripulação humana não sobreviveu, mas os bichos conseguiram nadar até a costa da Ilha de Marajó.
Mestre Damasceno é precursor do 'Búfalo-Bumbá', uma adaptação do Auto do Boi, tendo como figura central o búfalo. A presença do boi foi largamente disseminada entre os povos Bantos africanos que, no período da colheita, conduziam um boi estilizado, em procissão animada por cantos e danças.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.