Rio - Uma multidão de foliões acompanhou, na tarde desta terça-feira (21), o cortejo da Orquestra Voadora, no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio. Com o tema \"O Futuro é Anticapacitista\", o bloco trouxe pelo quarto ano consecutivo uma ala exclusiva para pessoas com deficiência. Ao todo, 36 integrantes do bloco com algum tipo de deficiência participaram do cortejo empurrado pela banda de 250 músicos. Segundo Tiago Rodrigues, de 44 anos, um dos fundadores da Orquestra, o objetivo é pedir que o Carnaval seja, de fato, uma festa democrática para todos. \"Nós já vínhamos olhando para esse público de forma diferente. Já havíamos trazido em outros três anos uma ala só para pessoas com deficiência e agora decidimos colocar isso na frente, como tema do nosso cortejo. O intuito é trazer o olhar para a necessidade do fim do capacitismo\", disse Rodrigues, que é trompetista na banda. fotogaleria Ainda segundo ele, a retomada do Carnaval de Rua representa o respiro para o povo que ficou quase três anos sem a festa. \"O Carnaval é o momento em que o povo se esquece dos problemas e estávamos precisando disso. Essa procura alta pelo bloco mostra isso. Foram dois anos sem Orquestra por causa da Covid-19\", lembrou. Para comemorar o retorno em grande estilo, um grupo de nove amigos de Curitiba, que chegou no Rio na última sexta-feira (17), decidiu se fantasiar de Branca de Neve e os Sete Anões, numa versão digamos desconstruída. \"É 'o' Branca de Neve e as 'Sete Anãs', além da maça envenenada\", brincou a advogada, Jéssica Hein, 31, que assumiu a pele de 'Dunga'. A publicitária Anne Borges, 36, no papel de 'Zangada', conta que a ideia era acompanhar o amigo Edgar Delfino, que sempre se fantasiava de Branca de Neve nos Carnavais. \"Já tem uns cinco anos que ele usa essa fantasia, então chegamos no grupo e conversamos sobre o porque não fazer a companhia para ele como as sete anãs. Todas gostaram da ideia e deu nisso\", lembrou a curitibana. O clima descontraído também levou o casal Natalia Mello e Felipe Parizzi, ambos com 33 anos, e o amigo Raphael Carvalho, 36, para curtir ao som da Orquestra Voadora. \"É ótimo poder voltar a curtir o Carnaval. Eu mesmo já estava há uns cinco anos que não venho, antes mesmo da pandemia tive que parar por causa de um acidente de moto\", comentou Raphael, que estava fantasiado de mosquito da dengue. O desfile desta terça-feira (21) é o 13º realizado pela Orquestra Voadora desde a sua fundação.
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