Carol Padilha, segunda-princesa do Carnaval carioca em 2024Divulgação

Rio - Carol Padilha não consegue conter a felicidade ao ter sido eleita, pela primeira vez, como segunda princesa do Carnaval carioca. A estudante de psicologia, de 34 anos, foi escolhida por sua escola do coração, a Unidos de Bangu, para disputar o cargo, e venceu a competição, realizada em setembro de 2023. No bate-papo abaixo, Carol comenta sua relação com o Carnaval e explica quais são as obrigações daqueles que são membros da realeza da festa.
Carol, como você tem se sentindo ao fazer parte da Corte Real do Carnaval carioca? 
Costumo dizer que o primeiro sentimento é a gratidão. Confesso que, às vezes, ainda me vejo sem acreditar, mas a felicidade é tanta que, hoje, além de viver isso com intensidade, procuro me dedicar ao máximo a minha coroa e fazer jus a toda batalha que foi até chegar aqui.
Sabemos que a Unidos de Bangu esquematizou tudo para que você pudesse participar da competição pelo cargo. Como ocorreu essa organização dentro da escola de samba? Como os membros da agremiação chegaram ao seu nome para concorrer a um cargo na realeza da festa?
Eu já havia conquistado um espaço como musa na Unidos de Bangu, por estar na escola desde o seu retorno ao Carnaval, e já recebia um carinho especial da comunidade. Então, quando houve essa escolha durante uma reunião com os dirigentes da escola, meu nome logo foi citado pela minha história e carisma com a agremiação.
Como já dito, há muitos anos você é uma figura cativa na quadra da Unidos de Bangu. Como surgiu o seu amor pelo Carnaval? 
Eu amo o Carnaval e, em especial, o samba, desde criança. Quando eu era pequena, ia com a minha avó e, já na adolescência, tentei ser passista da Mocidade. No entanto, quando fiz o teste, não entrei, por ser muito jovem para a ala dos adultos. Mas, um determinado dia, uma passista show da Mocidade me viu sambando e me convidou para fazer o teste para a ala, pois ela já via o meu amor pelo samba e, igualmente, pela escola. Em 2011, com 21 anos, entrei para a ala de passistas da Mocidade, e ali tudo começou. Em 2012, soube que a Unidos de Bangu havia desenrolado a bandeira e também quis fazer parte, e faço até o momento. No decorrer dos anos, passei por outras agremiações, às quais tenho um respeito e carinho enormes, como Beija-Flor, Salgueiro, e Unidos de Padre Miguel. Meu amor ao samba vai além de bandeira, mesmo que o meu coração tenha as preferidas (risos).
No posto de segunda princesa do Carnaval, quais tarefas você deve assumir na folia de 2024?
A responsabilidade em fazer parte da Corte, independentemente de qual faixa seja, é muito grande. Afinal, nosso papel é, além de apresentar o Carnaval ao mundo, também ser exemplo de respeito, humildade e alegria para com todos. Passar ao público o verdadeiro significado do Carnaval, pois muitos só conhecem o lindo espetáculo a céu aberto que as escolas de samba nos proporcionam, mas a festa é muito mais que isso. São questões sociais que transformam a vida de toda a sociedade.
Carol, como você tem se preparado para desempenhar as funções do cargo? Como tem cuidado da saúde e da beleza nesses últimos meses?
Não tenho muito tempo, como eu gostaria, para me cuidar mais... Porém, tenho uma rotina de treino com a personal três vezes por semana e também treino o condicionamento físico quase todos os dias, sambando. Gosto muito de comer, mas nessa época, diminuo os doces, frituras e não tomo refrigerante. Procuro manter a mente tranquila, faço terapia, ouço música, principalmente os sambas, para que estejam na ponta da língua e, no mais, procuro estar sempre curtindo esse momento.
Existe uma pressão estética fortíssima para que as mulheres estejam "perfeitas" durante o Carnaval. Como você interpreta isso?
Infelizmente, essa cobrança é muito grande, até mesmo pela cultura da nossa sociedade... Queremos a liberdade de sermos como quisermos, sem aquela cobrança de que a beleza está nos padrões. E quando isso parte das mulheres, me decepciona ainda mais, pois o nosso corpo envolve muitas questões, sejam elas relacionadas à saúde física ou até mesmo ao psicológico. Respeito é primordial, e o corpo do outro não é da conta de ninguém.
Vemos que você está totalmente animada para a festa deste ano. O que você espera do Carnaval 2024?
Eu espero e desejo que tenhamos um Carnaval leve, alegre, com responsabilidade e empatia para com o próximo! Particularmente, desejo transmitir a cada folião o meu amor e felicidade por esse momento tão especial na minha vida, como segunda princesa do Carnaval, e poder tirar um sorriso daquele que compartilhar do mesmo amor que eu, com verdade e igualdade. Afinal, somos todos apaixonados pelo maior espetáculo da Terra!
Reportagem da estagiária Esther Almeida sob supervisão de Tábata Uchoa