Marilene Conceição, que trabalha na Clínica da Família Lourival Francisco de Oliveira, gosta de desfilar em várias escolasArquivo Pessoal

Rio – A agente comunitária de saúde (ACS) Marilene Conceição se divide entre dois amores: seus pacientes e o Carnaval. Nos preparativos para brilhar na Sapucaí, sem se descuidar do trabalho na Clínica da Família Lourival Francisco de Oliveira, em Jacarepaguá, ela já está com o samba no pé para desfilar em cinco escolas, em três dos quatro dias de desfiles no Sambódromo.
A maratona, fora dos dias e horários de trabalho, começa cedo com a Inocentes de Belford Roxo pela Série Ouro, na sexta-feira (9), e depois, no domingo (11), pelo Grupo Especial, com a Beija-Flor e a Grande Rio, e também na segunda-feira (12), com Vila Isabel e Viradouro.
Marilene participou pela primeira vez de um desfile em 2006, na Viradouro. Muito animada, ela conta que, além de alegria, a folia também serve de aprendizado e para recarregar as energias.
"É um momento de alegria e de extravasar também. Para mim, é um grande aprendizado em cada enredo apresentado, são aulas de cultura a céu aberto representada por nós que desfilamos. Minha expectativa para o Carnaval deste ano é que todas as escolas façam um belo espetáculo como sempre", compartilha a profissional.
Talento na bateria
Júlio César, de 44 anos, é agente comunitário de saúde de segunda a sexta-feira na Clínica da Família Diniz Batista, no Parque União. Mas, no carnaval, ele é o Mestre Julinho, integrante da bateria da Unidos da Tijuca. Morador do Complexo da Maré, sua história de amor com o samba se iniciou aos 16 anos, quando seu tio, que era compositor da escola, levou moradores da Maré para tocar na quadra.
A partir daí, seu amor pela bateria só cresceu, passando por diversas escolas, até se tornar diretor de bateria da sua escola de coração. “O samba é a minha vida. Eu não consigo me imaginar longe da minha escola, a Unidos da Tijuca. Há 18 anos sendo diretor de bateria, posso garantir que é impossível ficar longe da avenida”, diz Júlio César.
O início da história no Carnaval do agente comunitário Amilton D’eça, de 58 anos, se entrelaça com a missão do profissional na Clínica da Família Souza Marques, em Madureira, de acolher e compreender as necessidades da população. Em 1998, na escola de samba Tradição, ele acolheu 30 crianças e ajudou a confeccionar fantasias para a ala mirim de passistas devido a um problema de entrega das roupas.
Atualmente, ainda consegue unir o carnaval ao seu trabalho de agente comunitário, fazendo distribuição de preservativos e orientando a população sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) nos desfiles da Intendente Magalhães, na Zona Norte.