Portela foi a segunda escola a desfilar nesta segunda-feira Pedro Ivo/Agencia O Dia

Rio - Segunda escola a desfilar na Sapucaí neste segundo dia do Grupo Especial, a Portela fez uma apresentação emocionante, trazendo para a Avenida o enredo "Um defeito de cor", baseado no livro da autora mineira Ana Maria Gonçalves, que retrata uma obra baseada na vida de Luísa Mahin, figura importante na história brasileira. Além do enredo, a agremiação se destacou pela beleza alegórica.
Em seu primeiro ano à frente da maior campeã do Carnaval do Rio, André Rodrigues e Antônio Gonzaga levaram para a Sapucaí um enredo bastante emocionante. Considerado um dos principais livros brasileiros do Século XXI, a obra de Ana Mariana Gonçalves se inspira na vida de Luísa Mahin, celebrada heroína da Revolta dos Malês, conta a trajetória de uma menina nascida no Reino do Daomé e capturada como escrava aos 8 anos de idade, até a sua volta à terra natal como mulher livre.
Algumas personalidades importantes marcaram presença no desfile da Portela. O ator Lázaro Ramos e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida vieram representando Luis Gama, Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil, que era filho de Luísa Mahin. Além deles, a atriz Taís Araújo, o humorista Paulo Vieira, a atriz Sheron Menezzes e a apresentadora Adriane Galisteu também estiveram presentes.
A escola levou para a Sapucaí algumas mulheres negras que perderam os filhos para a violência no Rio, como Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018; ou Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen Romeu, grávida morta no Lins, em 2021.
Apesar da beleza plástica, a Portela teve alguns problemas em alegorias que podem fazê-la receber penalizações. O segundo carro da agremiação teve esculturas retiradas durante o desfile. Praticamente todas as alegorias tiveram dificuldades para entrar na Sapucaí atrapalhando a evolução. O samba-enredo da agremiação de Madureira teve um bom começo, mas oscilou durante sua passagem pela Sapucaí.