Canto forte da comunidade da Vila Vintém foi destaque da Unidos de Padre MiguelReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Promovida à elite após mais de 50 anos com o título da Série Ouro em 2024, a Unidos de Padre Miguel abriu o Carnaval do grupo especial com o enredo "Egbé Iya Nassô", contando a trajetória da africana Iyá Nassô e do Terreiro da Casas Branca do Engenho Velho. O Boi Vermelho mostrou trabalho imponente com seis alegorias e um tripé no conjunto cenográfico, e um canto forte da comunidade da Vila Vintém.
O primeiro setor da escola da Zona Oeste teve a comissão de frente "De Orí para Orí (regência de cabeça por parte do orixá)". À frente, o elemento cenográfico "O Tabuleiro de Ifá sob a Coroa de Xangô e o Axé dos Orixás." A apresentação arrancou aplausos das arquibancadas. No entanto, um problema grave de estrutura da Sapucaí pareceu atrapalhar os primeiros instantes do desfile.
O carro de som comandado pelo intérprete Bruno Ribas, há três anos na agremiação, apresentou falhas na marca de 20 minutos. Além de baixo, pouco era perceptível a presença dos cantores de apoio.
Apostando em cores vibrantes, como o tradicional vermelho da escola e o dourado, os carnavalescos Alexandre Louzada e Lucas Mulato deram ótimo visual. Impactante, ainda que com problemas e acabamento em algumas alas e carros com elementos fora do projeto aparecendo.
Outro ponto alto do desfile da Unidos de Padre Miguel foi a bateria "Guerreiros", do mestre Dinho. "Brincando" nas bossas para virada na segunda parte do samba, e também no adarrum (chamada dos orixás no candomblé) com agogô e atabaques, os ritmistas deixaram o primeiro recuo com 33 minutos de desfile e tiveram exibição segura.
A UPM fechou seu desfile no tempo sem qualquer dificuldade. A última alegoria trouxe Olorum como escultura central e valorizando o Egbé (comunidade) da escola. Apresentação forte do povo da Vila Vintém na luta pela permanência no grupo especial do Carnaval do Rio.