José William foi escolhido pelo carnavalesco Sidnei França para entrar na Avenida como herança do povo BantuRachel Siston/Agência O Dia
O menino revela que se emocionou quando viu a escultura pronta, por ter relembrado do avô, que era mangueirense. "Chorei quando vi a escultura em pé, porque lembrei do meu falecido avô que era mangueirense doente. Eu fiquei muito emocionado, o coração batendo muito", disse José William, que mal conteve a ansiedade para o desfile.
"Estou muito nervoso, ansioso, nem consegui dormir essa noite. Acordei com o coração batendo, acordei até mais cedo", contou o menino, que toca tamborim na Mangueira do Amanhã desde os 4 anos.
A Verde e Rosa é a última a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial. A escola leva para a Sapucaí a história do povo africano que chegou escravizado pelo Cais do Valongo e teve sua contribuição para a construção do Rio de Janeiro apagada pelo tempo. A escola também retrata a herança dos Bantus como os negros e moradores das favelas cariocas. William diz que se sente orgulhoso por ser parte dessa herança e que entende o enredo da agremiação como uma forma de combater o racismo.
"Tenho orgulho de ser cria da Mangueira, de ser cria da favela, porque representa todos os meninos negros de morro, das comunidades, que a Mangueira vem representando, porque o racismo vem acontecendo muito com os negros, com os pobres. A Mangueira traz esse enredo para calar a boca dos racistas".
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