Belo - reprodução de vídeo
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Por O Dia
Rio - Em entrevista ao colunista Leo Dias, do site Metrópoles, Belo deu um relato emocionante sobre sua prisão, por fazer um show ilegal em uma escola no Rio, na última quarta-feira. Ele foi indiciado pelos crimes de invasão de prédio público, crime de pandemia e associação criminosa.  O cantor recebeu voz de prisão quando estava dando uma entrevista para Rodrigo Faro, em Angra dos Reis. 
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"Me senti muito envergonhado, com a família dele, as filhas, minha esposa. Constrangido. Eu não sabia o que eu tinha feito! Por que fui cantar em um lugar? Foi horrível. Passou um filme na minha cabeça, de outros tempos e histórias", disse Belo, aos prantos. 
O cantor comentou que o escritório ficou responsável pela logística e contrato do show. "Esse show não foi diferente de nenhum outro (...). Entro na van, chego no show, desço, pego o microfone e saio cantando. [Meu trabalho] é só cantar", afirmou ele, que continuou: "Não sei porque isso aconteceu comigo, em um momento igual isso. Eu já pedi desculpas antes, pela aglomeração. Minha mensagem é cantar, eu vivo alegria e amor."
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Belo ainda contou que a pandemia afetou seu orçamento familiar, já que não tinha shows, e que Gracyanne o ajudou com as despesas. "Graças a Deus eu tenho uma esposa que trabalha bastante, que vive de rede social. Ajuda muito na minha renda familiar. Então, deu pra gente dar uma segurada. Mas estamos no limite, as pessoas que trabalham comigo, eu.. Estou com vários problemas financeiros. Quando fazemos shows é porque precisamos muito. Eu só sei fazer isso (cantar). A minha vida é só essa. E agora cantar é crime? Se cantar agora é crime, minha vida acabou!".

Mesmo após a sua prisão, Belo revelou que pretende continuar fazendo shows. "Eu preciso. Não é que eu vou continuar, eu preciso", afirmou o cantor. "Mas em comunidades?", perguntou Leo Dias. "Eu vim de comunidade. Esse público sempre esteve ao meu lado. Como eu vou esquecer esse público. Quero fazer show em todas as comunidades. É o público que me ama, que sempre me abraçou. Eu saí da periferia de São Paulo, eu sei o que é ser discriminado. A única coisa que faço na minha vida é cantar, eu preciso disso, eu vivo disso", respondeu.
No bate-papo, o pagodeiro rebateu as acusações de estar associado ao crime organizado. De acordo com a investigação da polícia, o dinheiro do cachê do cantor viria do tráfico de drogas. "A logística de contrato não passa por mim. (...) Eu não sabia que era uma escola municipal, foi a primeira vez que fui ali. Eu não sou do Rio, eu sou de São Paulo". 
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Em outro momento, Belo foi às lágrimas ao contar como foi sua noite na cadeia. "Estou sem dormir até agora. Eu não quero mais reviver isso na minha vida. Isso pra mim, é um pesadelo. Parecia uma coisa que eu não conseguia acordar. E eu não sabia porque estava ali, o que aconteceu", afirmou ele, que continuou: "Tudo o que aconteceu na minha vida, meus fãs me abraçaram e as pessoas estiveram do meu lado. Eu tenho uma família como base, uma esposa que me coloca pra cima, que é uma fortaleza pra mim em todos os sentidos. Eu sou um cara que fico dentro da minha casa. Eu não saio de casa pra quase nada. Só pra trabalhar e volto. Eu não bebo e não fumo mais há nove anos". 
Após toda essa situação, Belo não sabe se ainda irá gravar o DVD planejado para março. "Tenho certeza que vou dar a volta por cima, mas tomei um baque muito grande. De repente, agora, não estou preparado para isso (...). Só não quero ficar sofrendo injustiça. Não cometi crime nenhum, só fui lá cantar."