Jojo Todynho, Gabily e Bianca: 'Tropa das Soltinhas' foto Divulgação

Rio - Dona do hit 'Tudo No Sigilo', a cantora Bianca lançou recentemente o primeiro EP de sua carreira, intitulado 'Faces'. Uma das músicas deste trabalho é 'Tropa das Soltinhas', em parceria com Jojo Todynho e Gabily. Ao falar sobre a canção, Jojo brinca: "Sempre que posso junto minha tropa e meto o pé, é muito bom. Agora não, antes. Porque agora eu sou uma mulher casada, uma senhora", afirma a artista, que subiu ao altar com o oficial do exército Lucas Souza no fim de janeiro.
Descontraída, a cantora pondera: "Mas posso sair com meu marido também e a tropa (risos). Sempre me reúno com as minhas amigas. É um momento único, que a gente está ali, extravasa, zoa. Tem a (amiga) que quer beber - sou dessas-, tem a que vai zoar, vai subir no palco e vai quebrar tudo. Tem a que vai topar tudo, vai sair dali, vai pra um 'after' e só chega no outro dia em casa", enumera. 
Bianca também é do tipo que gosta de ir à balada com sua tropa. "Sempre. Eu tenho uma tropa certinha que só dá 'nós'", confessa ela, que está muito feliz com o novo trabalho. "O que eu quis trazer nesse EP 'Faces' é um pouco de mim mesmo. É meu primeiro trabalho grande. Queria muito mostrar minha identidade nesse trabalho. Porque ele vai ficar marcado na minha vida. Foi um processo bem legal e eu fico muito feliz. Eu quero muito que as pessoas escutem pra saber um pouquinho de mim. E eu sou uma mulher de várias faces. Tem a Bianca do palco, dos negócios". 
Ao ser questionada se é uma pessoa de muitas 'faces', Jojo confessa. "Sou, mas sou um pouco metódica. Sou muito séria, então, sempre revelo as minhas faces pras pessoas que me conhecem muito. Na internet, sou mais durona. Porque é muito ruim você ter que ficar se provando o tempo todo. E quando você quer mostrar um outro lado, o mais dócil, amoroso, as pessoas tentam te pisar, diminuir. Sou uma pessoa que abro o coração fechando". 
E a galera vai poder conhecer um outro lado da cantora em breve. "Vou lançar um EP no fim do ano, que é de samba. Eu estou muito feliz. As pessoas vão poder conhecer um outro lado da Jojo, que não é só do funk. É a Jojo que canta um pouco de tudo", avisa. 
Preconceito e representatividade
Apesar da fama, Jojo comenta que ainda sente o preconceito com o funk. "O preconceito nunca vai acabar. Isso é uma luta que a gente vai levar pra toda vida. A gente tem que 'botar peito'. Quando tem uma Jojo, uma Bianca, uma Gabily, uma Ludmilla, Luísa Sonza, Gloria Groove pra mostrar que somos resistência... 'Estamos aqui e vão ter que nos engolir'. Uma questão que é importante ressaltar é a importância das mulheres que estavam lá atrás e brigaram pela gente, como a Deize Tigrona, Tati Quebra Barraco, MC Kátia, as mulheres frutas, Verônica Costa, Valesca Popozuda... Todo mundo abriu esse leque. Somos funkeiras, sim. Respeita nosso espaço. Hoje, nós, que somos da nova geração, estamos cada vez mais fortes, porque tivemos grandes mulheres que abriram esse caminho. Assim como tem Anitta, Ludmilla, MC Danny, MC Carol que são mulheres com fala, que cantam seu funk. Cada uma com seu estilo, mostrando seu trabalho, seu talento.. Essas são várias referências que vieram quebrando esse tabu, 'metendo o pé na porta', 'botando peito'. Tipo assim: 'Ei, abaixa seu machismo que a gente vai passar'. É isso, a luta continua", comenta. 
A funkeira ainda diz que fica feliz de ver a mulherada se posicionando cada vez mais, seja no funk ou em casa. "O que me dá mais orgulho é ver as mulheres se levantando, se estruturando e mostrando o que querem. Todos os dias tem casos de feminicídios. É muito triste ver mulheres assassinadas por homens que acham que são donos delas, que podem falar e fazer o que querem. E não é bem assim. Quando a gente se posiciona e diz que 'aqui ele não canta de galo', é diferente. Isso faz com que meninas se inspirem na Bianca, em mim, na Gabily... Tipo: 'Não vou aturar isso. Eu posso usar meu cropped, meu shortinho'", afirma. 
"Até porque roupa não define nada. A gente rala muito. É injusto as pessoas falarem isso. A gente ainda tem o preconceito da mulher no funk, a gente coloca a bunda de fora e 'é só isso que a gente sabe fazer'. Somos chamadas de todos os nomes errados possíveis, somos xingadas. E as pessoas invalidam nosso trabalho. É muito triste", destaca Bianca.