Johnny Depp e Amber Heard Joel Ryan/AFP

Rio - Chegou ao fim a batalha judicial entre Johnny Depp e Amber Heard. Nesta quarta-feira (1º), o Tribunal do Condado de Fairfax, no estado americano da Virgínia, condenou o ator e a ex-mulher no processo de difamação movido mutuamente entre os dois.
A atriz foi considerada culpada de todas as três acusações de difamação na ação movida pelo ex-marido e terá que pagar 10 milhões de dólares, o equivalente a R$ 52 milhões - o valor inicial era de 15 milhões de dólares, mas o juiz concordou em reduzir o valor. Mas Depp também foi condenado por uma das três acusações do processo e terá que pagar uma indenização de 2 milhões de dólares (R$ 10,2 milhões). O julgamento demorou sete semanas e os jurados levaram três dias para deliberar sobre as conclusões.
O ator não estava presente no tribunal e assistiu à decisão por vídeo, da Inglaterra, onde está para fazer um show com Jeff Beck. Amber presenciou a decisão no tribunal.
A batalha judicial
Depp entrou com um processo contra a ex-mulher por difamação em resposta a um editorial no qual Heard escreveu para o Washington Post em dezembro de 2018 sobre ser vítima de violência doméstica. O ator tinha a intenção de provar em sua ação que as alegações são falsas e afirma que o editorial lhe custou sua carreira e prejudicou "incalculavelmente" sua reputação. Depp perdeu o papel do capitão Jack Sparrow num novo filme de "Piratas do Caribe" e foi substituído na franquia de filmes "Animais Fantásticos", um spin-off de "Harry Potter".
Embora Amber nunca tenha mencionado Depp pelo nome no artigo, o processo afirmava que a peça "depende da premissa central de que Heard foi vítima de abuso doméstico e que Depp cometeu violência doméstica contra ela". Ele negou que tenha abusado de Amber da atriz e pediu no processo o valor de U$ 50 milhoões (aproximadamente R$ 240 milhões). O ator também processou por difamação o jornal britânico "The Sun", que publicou um artigo que se referia ao ator como "espancador de esposa" em 2018. Depp perdeu o caso dois anos depois.
Por sua vez, Amber também processava o ex-marido em uma ação com o dobro do valor, U$ 100 milhões (aproximadamente R$ 481 milhões). O argumento da atriz de "Aquaman" é que Depp a difamou ao chamá-la de mentirosa. Ela revelou que sofreu ameaças de morte todos os dias por causa das acusações de Depp.
O julgamento teve início em 11 de abril e foram apresentados vídeos, fotos e testemunhas que detalharam o relacionamento do ex-casal. Os dois começaram a namorar em 2012 e se casaram em 2015. O relacionamento chegou ao fim em 2016 com Heard pedindo o divórcio e uma medida protetiva ao aparecer em um tribunal de Los Angeles com uma bochecha machucada.
Amber alegou que foi agredida diversas vezes e que o ex-marido tinha crises de raiva quando se encontrava sob o efeito de drogas e álcool. Ela afirmou também que foi agredida sexualmente durante as gravações de "Piratas do Caribe" e durante a lua de mel do casal. A atriz disse não saber se sobreviveria se o casamento continuasse.