Atriz Jade Sassará, de ’Mar do Sertão’, denuncia transfobia em restaurante do RioReprodução/Instagram/Auri Mota
Atriz de 'Mar do Sertão' é vítima de transfobia no Rio: 'Travesti não tem paz'
Jade Sassará fez desabafo após ser tratada com pronomes masculinos em restaurante: 'A gente não consegue viver um momento de prazer sem passar raiva'
Rio - A atriz Jade Sassará, que interpreta Aleluia na novela "Mar do Sertão", da TV Globo, usou os Stories do Instagram, para revelar que foi vítima de transfobia em um restaurante do Rio. Na noite desta quarta-feira, a artista compartilhou um desabafo com os seguidores após ser tratada com pronomes masculinos por funcionários do estabelecimento.
"Travesti não tem paz nesse Brasil, né? Nem quando a gente tenta se dar um mimo, se levar pra jantar, fazer um programinha gostoso. Não tem como. É a segunda vez que venho nesse lugar aqui, porque tem uma comida que eu gosto. Não vou deixar de frequentar lugares que eu quero ir, que tem coisas que eu quero consumir, que eu quero viver", disse a global.
Jade ainda falou sobre a tristeza de passar pelo desconforto em um momento de lazer: "É a segunda vez que venho aqui e sou tratada no masculino, por pessoas diferentes. Não é nem pela mesma pessoa. É f*da, a gente não consegue viver um momento tranquilo, um momento de prazer sem passar raiva", declarou. "Cisgêneros do Brasil e mundo, se responsabilizem pela violência. A transfobia está na mão de vocês. Parem de jogar essa responsabilidade na nossa mão", complementou, na legenda do vídeo, usando o termo que se refere a pessoas que se identificam com o gênero que foi atribuído a elas no nascimento.
Nesta quinta-feira, a atriz voltou aos Stories para comentar a repercussão que o caso teve: "É impressionante como a única coisa que engaja nessa terra é a violência. Só falando de desgraça a gente tem alcance. No mês da visibilidade quase não vi matérias de pessoas trans falando sobre trabalho, conquistas e perspectivas de vida. Inclusive, no dia 29 de Janeiro (dia da Visibilidade Trans), vi muitas amigas desesperadas, pedindo pix até pra se alimentar", contou.
"Enquanto isso, acompanhei post de artista cis (que se diz aliado, 'pró-diversidade') com alcance de mais de um milhão se promovendo a partir transfake (pesquisem na internet, quem se interessar pela questão). Me posicionei e praticamente não tive apoio. O Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas trans. Seguimos com a expectativa de vida baixíssima (35 anos). Seguimos praticamente sem espaço para mercados de trabalho. E, quando temos algum acesso a esses espaços, temos que sofrer diversas violências e ainda sermos empáticas. 'Tenham paciência', vocês nos dizem, afinal vocês 'estão aprendendo'... Enquanto vocês fingem que se importam, a gente finge que está bem pra poder sustentar esse jogo", finalizou.
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