Rio - A cantora Maria Gadú postou uma foto com a namorada, Paula Popi, após a Comissão da Câmara votar e aprovar o projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo. Na imagem, a artista e Paula aparecem se beijando.
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"Cuidem da vida de vocês. Cuidem das famílias de vocês. Bando de machos escrot*s querendo ditar sobre vidas. Sempre. Abandonam suas filhas e filhos e ainda tem a PACHORRA de se acharem no direito de decidir sobre o amor alheio. NÃO PASSARÃO. Vamos nos casar, vamos criar e amar nossas crianças e vocês vão ser SEMPRE os imbecis que inventaram o pecado. Nós dizemos SIM ao casamento, SIM a maternidade, SIM ao amor", disparou a cantora, que recebeu o apoio de amigos e fãs.
"E eu digo sim pra vocês. Sempre. Sim pra toda forma de amor", escreveu Mônica Benini, mulher do cantor Junior. "Exatamente. Não passarão nem com a porr*", disse a percussionista Lan Lanh. "Vivaaaaa", escreveu o ator Paulo Vilhena. José Loreto e Junno Andrade, marido de Xuxa, postaram emojis de coração.
Entenda
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 10, um projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo. A proposição inclui na legislação pessoas do mesmo sexo no rol de pessoas que não podem se casar. Estão nessa lista pais e filhos e irmãos.
A ação faz parte de uma ofensiva contra o casamento homoafetivo, que dura mais de um mês no colegiado. O projeto foi originalmente apresentado, em 2007, pelo ex-deputado Clodovil Hernandes, morto em 2009, que pretendia alterar o Código Civil para reconhecer o casamento homoafetivo. À época, não havia nenhuma garantia que reconhecesse a união entre pessoas LGBT+.
A proposta foi então desvirtuada e passou por alterações do relator. O novo relatório, o terceiro, foi apresentado no mesmo dia da votação, nesta terça. O movimento gerou o protesto de parlamentares de esquerda, contrários ao projeto, que alegam quebra de acordo.
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, a união LGBT+. Assim, embora o casamento entre pessoas LGBT+ não seja assegurado por lei, a decisão da Suprema Corte garante que os casais homoafetivos têm os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira já estabelece para os casais heterossexuais.
A oposição diz que o texto resgata a premissa do Congresso legislar, em mais uma afronta ao STF. "Nem se há direitos (ao casamento homoafetivo) aqui prévios. O que há é gambiarra feita pelo STF. Pela primeira vez, estamos podendo tratar desse assunto", disse Priscila Costa (PT-CE).
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