Deize Tigrona lança novo álbum Reprodução / Instagram

Rio - Deize Tigrona, dona do hit "Sadomasoquista", é cantora de funk, compositora e foi uma das primeiras funkeiras a falar sobre sexo e desejo feminino nas músicas. Há anos, ela vem transformando o ritmo com suas músicas com temas que vão do cômico ao erótico. Recentemente, Deize lançou seu terceiro álbum intitulado "Não Tem Rolê Tranquilo", com participações de Boogarins, Larinhx, Badsista, Iasmin Turbininha e KD Soundsystem. Para a artista, a produção é uma resposta aos "rolês da vida", sejam eles bons ou ruins, públicos ou secretos. Em entrevista exclusiva ao DIA, ela dá mais detalhes sobre o novo projeto, fala sobre inspirações e a carreira. Confira!
Deize, conte um pouco sobre você e a sua história. Como tudo começou e qual é a importância do funk na sua vida?

A minha entrada na música foi por insistência de uma mudança de vida, porque eu já queria ser artista. Eu tentei teatro, tentei ser modelo, passei a escrever poesia, migrei para o hip-hop e depois para o funk. O hip-hop foi influência da comunidade onde eu vivia e do meu vizinho que é cantor. E o funk, por estar ali perto, na quadra do lado do apartamento da minha mãe. Então, o que eu posso dizer sobre o funk, a importância na minha vida, é que realmente ele traz essa mudança, eu vejo como uma esperança que podemos mudar de vida.

Como foi criar e produzir o novo álbum? Quais foram as inspirações por trás do 'Não Tem Rolê Tranquilo'?

Foi uma sagacidade, principalmente por abranger meu setlist para os festivais, tendo mais oportunidades. Sempre estou escrevendo músicas e me vi na necessidade de compor mais quando insisti em lançar um EP [gravação no tamanho que fica entre single e álbum] com três faixas no mês dos namorados, mas acabou não rolando o lançamento porque tive que ir para Europa. Eu aproveitei a música "Prazer Sou Eu" desse EP e, de resto, fui compondo na viagem. Algumas vezes, eu estava na rua varrendo. Foi bem intenso, mas prazeroso, porque são muitas vertentes de histórias que compõem o novo álbum. Tem muitas faixas amorosas e engraçadas onde a gente não normaliza esse título, porque o rolê tem que ser tranquilo.

Como esse álbum se diferencia de seus trabalhos anteriores?

Realmente, ele dá uma diferenciada, mas eu digo que são experiências. Experiências de estar em outros lugares, de romper as bolhas, de estudar mais, de conhecer outros produtores fora do Brasil. Há uma diferença do álbum de 2008, "Garota Chapa Quente", mas creio que é na produção musical. Eu posso dizer que essa diferença é a vontade de estar atualizada.

Tem alguma história marcante dos bastidores?

Sempre tem, né? Tem na faixa "Massagem", "Não tem Rolê Tranquilo", "Vilão"... Tem um bocado! Eu não sei em que momento eu vou tocar no íntimo disso não, mas tem.

Os seus fãs receberam muito bem suas novas músicas. Qual é a sua favorita desse novo projeto?

Eu sinto e estou vendo também que meus fãs estão recebendo super bem o álbum. E quero agradecer desde já. Foi feito com muito carinho, sabe? Mas a minha música preferida desse álbum é "Massagem". Vocês acreditam? Eita, eu amo!

Na sua carreira, você se inspira em alguém?

Sim, eu me inspiro em vários artistas, tanto brasileiros como internacionais. Antes, lá atrás, eu falava sobre o samba que a minha mãe ouvia em casa. Hoje, eu tenho essa posição de buscar na internet os americanos, que são James Brown, Trinelli, o rap melody, o hip-hop. Eu me inspiro muito também na vivência de rua, de ouvir os mais velhos e observar. A gente vai buscando várias referências, vertentes para poder criar, porque o mundo gira, as coisas acontecem e ninguém faz nada sozinho.
*Reportagem de Letícia Pereira sob supervisão de Nara Boechat