Juliano CazarréReprodução/Instagram

Rio - Juliano Cazarré, 43 anos, se manifestou contra o aborto, nesta segunda-feira (17), e aproveitou para fazer uma revelação sobre sua vida pessoal em um vídeo postado no Instagram. O ator iniciou contando que demorou vários dias para se posicionar sobre a PL do aborto, projeto de lei que propõe mudanças nas regras estabelecidas pela Constituição Federal sobre casos em que o aborto é permitido e disse que acha importante alguém da classe artística mostrar que nem todos pensam igual à maioria.
"Poucos têm a coragem e o peito de se levantar e dizer: 'não, eu não penso assim'. Como todo o artista, eu quero ser amado, eu gosto de aplauso, não gosto de ser xingado, mas um tema tão importante assim, senti que tinha que dar a minha opinião", disse.
"O aborto não é a solução, sempre é mais um trauma, além de ser a morte de uma criança, às vezes acaba mais tragicamente ainda sendo a morte de uma criança e da mãe. Eu não queria falar sobre isso, não gosto de me meter em polêmica, fico mal, passo dias entristecido, não gosto de ser atacado nas redes sociais, mas quando o assunto é importante o suficiente, dou minha opinião, sem medo de peito aberto, sempre sou claro no que penso", iniciou.
O ator afirmou que após dar sua opinião contra o aborto recebeu muitas respostas em forma de xingamentos. "E uma das coisas que falam muito é assim: 'Ah, mas quem você adotou? Você nunca adotou ninguém!'. Tecnicamente a adoção nem seria para uma pessoa como eu e a Leticia porque a gente fica junto e, graças a Deus, as crianças nascem. Temos aí seis filhos. E a fila de adoção é gigantesca no Brasil", completou.
Cazarré disse que entrar na fila de adoção com a mulher seria tomar o lugar de uma família que não pode ter filhos. "Mas eu vou contar uma história aqui que a 14 anos eu calo sobre essa história. Mas como a Leticia já contou essa história uma vez, vou contar ela aqui hoje. O meu fiho mais velho, Vicente, é adotado, eu adotei o Vicente", seguiu.
O ator explicou que quando reencontrou a Leticia, ela estava grávida. "Fruto de uma relação abusiva que ela vivia. O cara não queria ser pai uma das sugestões do cara foi 'você não vai ter esse filho'. E a Leticia falou: 'eu não preciso de você para nada, eu vou ter esse filho sozinha'. E voltou para a casa dos pais e quando a Leticia estava mais ou menos com cinco meses (de gestação), a gente se encontrou e eu me apaixonei por ela. Eu sabia que eu ficaria com ela o resto da gravidez, seria o pai daquela criança e ficaria com ela para sempre", completou.
Após o nascimento do menino, Juliano entrou com todos os processos legais para adotá-lo. "E o Vicente hoje com muito orgulho tem o meu nome e o nome do meu pai e minha mãe no lugar de vô e vó".  Cazaré também explicou que o filho sabe dessa história desde que nasceu.
"Ele sabe que em algum lugar ele tem um pai que é biológico e um dia, se ele quiser, ele vai poder conhecer esse pai, conviver com ele, mas o Vicente só vai ter essa oportunidade porque ele nasceu. Porque a Leticia teve a honra e a força de falar 'eu vou ser mãe desse menino sozinha'. Mas olha só como é o destino, antes que a criança nascesse, eu apareci na vida dela e esse menino não passou um único dia da vida dele sem pai".
O ator concluiu dizendo que estava na maternidade no dia que o Vicente nasceu. "Por mai desesperadora que seja a situação, a gente não sabe que graças o futuro e o destino podem nos trazer... É não para a morte, você dizer sim para a vida pode ser o começo de uma coisa gloriosa. Ninguém sabe o que vai ser daquela vida que vai nascer. Às vezes aquele fiho que você não queria, não digo nem só no caso gravíssimo de um estupro, aquele vai ser o filho que vai cuidar de você na velhice, aquele vai ser o filho que vai tirar uma família inteira da pobreza. A gente não sabe nada do futuro e tem que viver com coragem", concluiu.
No comentários, Leticia Cazarré reagiu sobre o marido ter adotado seu primogênito: "Meu São José", escreveu. Eles são pais de Vicente, de 14 anos, Inácio, de 11, Gaspar, de cinco, Maria Madalena, de três, Maria Guilhermina, de quase dois, e Estêvão, de três meses.
"Não sabia dessa história do Vicente.. parabéns pela atitude! Que DEUS abençoe vocês", disse uma seguidora.
Uma internauta se posicionou sobre o desabafo: "Tem solução mais fácil, parem de nos agredir, respeitem as meninas e mulheres, bora fazer uma votação para castração e injeção de impotência para os homens sem recursos de ter filhos ou por histórico de agressão contra as mulheres? Você topa? Sua fala é absurda!", disse.