Kênia BárbaraRodrigo Loepes / Divulgação

Rio - Kênia Bárbara, de 34 anos, ganhou destaque com a personagem Joana na 2° temporada de "Os Outros", no Globoplay. Desta vez, diferente da 1° temporada, a artista ganhou maior carga dramática, mais peso e relevância na história interpretando o papel da mulher do vilão Sérgio (Eduardo Sterblitch).
"Fiquei muito feliz por ela ganhar um protagonismo e por mostrar que está tentando ser melhor, melhor mãe, principalmente. Bem diferente da apatia e da falta de ação, de reação e de responsabilidade que ela mostrou na primeira temporada", analisa.
O público tem visto uma mulher disposta a combater o inimigo. Mesmo com medo, Joana ajudou a delegada Magalhães (Stella Rabello) – com quem começou a ter um romance - a reunir provas contra o vilão e, por pouco, não viu o marido ser preso novamente. Sérgio frustrou a operação policial ao descobrir o plano para pegá-lo e ainda mandou executar a delegada. A reação desesperada de Joana, principalmente ao ver Magalhães assassinada, entregou sua participação no esquema para prender o bandido. O terror se instalou na mãe de Lorraine (Gi Fernandes), mas ela não esmoreceu.
"Mesmo totalmente fragilizada e com medo, Joana entrou em ação. E ela vai até o fim para ficar livre dele por completo", garante Kênia, que termina o episódio 10, o mais recente disponível, com Joana disposta a se libertar de uma vez da violência do marido.
A série "Os Outros" não é o primeiro trabalho de Kênia na TV que a faz ficar tão perto da maldade. Mineira de Juiz de Fora, a atriz fez sua estreia em novelas justamente na pele da vilã Lucília Gouveia, em "Amor Perfeito" (2023) e recebeu elogios e indicações a prêmios por sua atuação.
"O que mais me deixou feliz foi o ódio e a compaixão que ela despertou. Lucília foi muito comentada, as pessoas queriam odiá-la, com razão, mas ao mesmo tempo, a defendiam. Ela movimentou a trama, foi trending topics no X (antigo Twitter) mais de uma vez. As pessoas amavam e falavam muito da amizade de Gilda e Lucília. Fui indicada a dois prêmios por causa dela! Lucília permitiu que meu trabalho alcançasse mais visibilidade, então, sou muito grata", afirma Kênia. 
Teatro
Kênia também dá vida a outra mulher corajosa no teatro, na peça “Bonitinha, mas ordinária” , um clássico de Nelson Rodrigues. Depois de uma temporada bem-sucedida no Centro do Rio, a obra, dirigida por Bruce Gomlevsky, será vista, nesta sexta-feira, dia 13, na FITA (Festa Internacional de Teatro de Angra), em Angra dos Reis, antes de viajar por outras cidades do país.
"Aurora pode ser vista como a filha rebelde e a irmã que mais dá trabalho a Ritinha (Sol Miranda). Ela a enfrenta, questiona, provoca. É uma história que se passa na década de 1960, as mulheres precisavam ser mais pudicas, e Ritinha faz de tudo para que as irmãs sigam a cartilha moral e se casem. Aurora, definitivamente, não quer seguir esse caminho. Quer ser livre e viver a seu modo", analisa.
Carreira
Formada em Psicologia, a artista relembrou sua trajetória profissional. “Priorizei a carreira artística. Então, só fiz atendimentos durante o estágio na faculdade. Já trabalhei como vendedora de loja de roupas, na cozinha de um restaurante, como animadora de festas, tudo isso enquanto não ganhava dinheiro como atriz”, relembra a mineira, que começou no teatro aos oito anos, em sua cidade natal.
A carreira de atriz já contabiliza 26 anos e, dentre os trabalhos, constam as séries "Stella Models" (Canal Brasil) e "3%" (Netflix); os filmes "O Juízo", com o qual estreou no cinema; "Meu coração não aguenta mais"; e o longa-metragem "Dispersão", que ainda será lançado. A estreia profissional, contudo, se deu nos palcos cariocas com o espetáculo "Meninos e Meninas".
A cantora, poeta e compositora se define como uma mulher que sonha. "Mas tudo o que eu disser talvez seja insuficiente, e espero que seja, porque sigo crescendo, mudando, me descobrindo. São muitas ‘Kênias’ e espero descobrir muitas outras (risos). Tenho a sorte de ter tido todas as oportunidades e incentivos para me desenvolver como pessoa, como artista e as possibilidades de experimentar vários caminhos e não seguir um só. Gosto de ser múltipla. Além disso, sou uma mulher d'Oxum, e as águas de um rio nunca são as mesmas", finaliza.