Vanessa GiácomoDivulgação/Alan Jonnes

Rio - Natural de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e com mais de duas décadas de carreira, Vanessa Giácomo é uma das estrelas de "Beleza Fatal", primeira novela do streaming da Max, que será exibida na TV aberta a partir do dia 10 de março, na Band. Na trama escrita por Raphael Montes, a atriz interpreta a sofredora Cléo, que é presa injustamente pelo assassinato de Rubem (Rei Black), marido de sua prima Lola (Camila Pitanga), e é abandonada pela empresária na cadeia.
"Foi delicioso ter em mãos uma personagem-chave para o desenrolar da história. Eu a construí na sutileza de ter o cuidado de mantê-la íntegra e com personalidade, apesar da sua origem e da armação na qual foi abocanhada. Foi ótima a troca com minhas colegas de cena e com a equipe afinada que fez parte do projeto", conta a artista de 41 anos. 
Abandonada no presídio, Cléo é morta a mando de Lola durante uma rebelião. A atriz comenta a preparação para gravar a sequência. "Uma cena de ação requer ensaio, concentração e consciência de que todos precisam estar alinhados para cada passo que é dado. A direção nos orientou sobre as marcações que deveríamos seguir, repassamos o que deveria ser feito e seguimos. A experiência de set ajuda muito, porque a gente acaba tendo um entendimento de iluminação, som, posicionamento de câmera...", declara.
Após trabalhos marcantes em folhetins da TV Globo, a artista destaca os pontos incomuns entre o projeto no streaming e as novelas em que atuou na TV aberta. "Acredito que, basicamente, ser uma obra menor, mais curta, com menos capítulos, e ser um projeto fechado. Sobre esse aspecto, nos permite uma construção diferente de uma personagem, porque um arco dramático já está todo construído", diz.
Protagonista
Vanessa Giácomo estreou em novelas vivendo a mocinha de "Cabocla" (2004), que teve o último capítulo da reprise exibido recentemente, e relata como foi rever este projeto. "Ah, foi uma mistura de emoções, uma melhor do que a outra... Não sou tão saudosista, mas esse foi o meu primeiro grande trabalho. Rever cenas, relembrar de tantas histórias e tantos aprendizados... Pude mostrar essa novela tão linda para meus filhos, por exemplo. E está sendo muito especial ver esse público renovado conhecendo 'Cabocla'", afirma. 
Assistindo novamente a história de Zuca, a atriz confessa que não alteraria a maneira em que construiu a personagem. "Isso em nada tem a ver com técnica ou a perfeição desta ou daquela cena. Tem a ver com a Vanessa daquela época, com o repertório que eu tinha na época e, sobretudo com o meu comprometimento, minha dedicação àquela personagem. Eu estava ali inteira, com responsabilidade, estudando meu texto e aprendendo tudo o que podia com meus colegas e equipe", avalia ela, que também integrou o elenco de novelas como "Sinha Moça" (2006), "Duas Caras" (2007), "Paraíso" (2008), "Gabriela" (2012),"Amor à Vida (2013), "A Regra do Jogo" (2015) e "Travessia" (2022).
Cinema 
Em "Fé Para o Impossível", que chegou aos cinemas na quinta-feira (20), a artista vive a pastora Renee Murdoch. A norte-americana foi brutamente agredida por um morador de rua durante uma corrida na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em 2012. Com a matriarca internada em estado grave, a família Murdoch enfrentou incertezas em meio à fé de sua recuperação. 
"Acho muito importante trazer um filme que reafirme a fé das pessoas. Senti no meu coração o desejo de contar essa história. E fazer uma personagem real por si só traz um desafio adicional, que é a comparação imediata e literal. O meu caminho foi trazer para a minha Renee da ficção a essência da Renee real, com o norte dado pelo roteiro e pela direção. Mas eu não me prendi somente a história real e tive a atenção de fugir de qualquer caminho que pudesse me levar à uma interpretação caricata", explica Vanessa, que teve cuidado ao retratar a história.
"Esse contato [com a família Murdoch] não foi tão estreito assim, porque entendi que precisava de um certo distanciamento para que eu pudesse respeitar o meu processo criativo e não cair numa cópia estereotipada", comenta.  
Giácomo também destaca a importância das crenças religiosas em sua vida. "Sou uma pessoa de muita fé e tenho um olhar positivo para a vida. Claro, sou uma pessoa privilegiada e isso influencia demais na maneira como eu enfrento meus desafios. Mas a fé é algo muito presente em mim e eu tenho transmitir isso aos meus filhos. Mas ela vai muito além de uma religião em si. A fé é essa crença em algo maior, é acreditar em algo mesmo que o caminho para atingi-lo seja tortuoso".