Wado - Divulgação/Marcelo Camelo
WadoDivulgação/Marcelo Camelo
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Neste sábado, no Circo Voador, Arnaldo Antunes traz o show de seu disco mais recente, 'RSTUVXZ'. E na abertura, Wado, cantor e compositor catarinense radicado em Maceió, aproveita para lançar seu novo álbum, 'Precariado'. O artista tem definido seu disco em entrevistas como algo poético e político, inspirado tanto no samba quanto nos textos do pensador norte-americano Noam Chomsky. E vem gravando discos que inspiram-se em estilos musicais variados, numa gama que compreende do rock à música baiana. Conversamos com ele sobre sua carreira, o show e o novo álbum.

Você fez um disco inspirado pela axé music, 'Ivete' (lançado em 2016), que a própria Ivete Sangalo elogiou numa entrevista. Como foi ser ouvido por ela? E o que significou pra você abrir-se para novas referências?

Foi uma surpresa maravilhosa. Era uma coisa mais de ser um disco de axés e ijexás, então era a brincadeira de um "eu Ivete". Acho que ela deveria ter gravado alguns axés meus, iam ficar lindos na voz dela. Mas só por ela ir as redes sociais declarar que gostou, isso já fez meu disco maior :)

Seu álbum lançado em 2015, '1977', foi tido como um disco mais rock, o anterior (Ivete) tem as influências baianas, e o novo ('Precariado') tem uma cara bem samba, ao lado de outras influências. Num país que tende a tratar música de maneira apenas mercadológica, como se sente surpreendendo os fãs a cada disco?
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Eu acho ótimo, mas isso pode ter me sabotado, né? Acho que estou num momento difícil, dentro de outro momento difícil que é o do Brasil. Daí pretendo cada vez mais passar temporadas em SP pra retomar espaços perdidos. Estou muito encolhido aqui em Alagoas.
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Que referências você teve no disco novo? O lado político ficou bem inspirado no Noam Chomsky. Mas politicamente há outras leituras e referências?
 
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Tem sim. Os discos são polaroides de momentos nossos. Ele se chamar 'Precariado' e estarmos exatamente assim traz um pouco de vidência pra esse disco. Mas tem muito amor e doçura lá também. O samba e o axé são minhas grandes paixões, adoro quando é tempo de parir álbuns assim. Acho um discaço, um dos meus melhores, mas pouca gente ouviu ainda.
 
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Como você enxerga o amadurecimento como autor que ganhou após os 40? É mais fácil ou mais difícil fazer um disco ou um show hoje, aos 42 anos?

A velhice é ruim pro business, acho. O Brasil não compra muito artista de 20 anos de carreira, temos um culto pela juventude e a novidade. Acho que todo mundo tem, sei lá. Não sei dizer se estou melhor, porque estou dentro de mim.
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E o que pode adiantar do show no Circo?
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Vai ser massa demais, muita coisa do 'Precariado' e muita coisa dos dez discos que lancei, aposto numa noite muito especial.

Circo Voador. Arcos da Lapa s/nº (2533-0354). Sábado, às 22h. R$ 100 a R$ 120

 

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