Evento começou nesta sexta-feira (3)Divulgação
“Um bairro tão rico culturalmente, que revela tantos talentos pro mundo, merecia um festival pra chamar de seu. Essa foi a maior motivação para a criação deste festival”, diz DJ Michell, diretor artístico e um dos idealizadores do evento que reuniu mais de cinco mil pessoas em sua primeira edição.
Com produção de Rafael Fernandes, o Zona Preta tem programação variada e totalmente gratuita. Além de muito samba, charme, jongo, hip hop, funk e trap, o evento terá festas, bailes, aulões e apresentações de dança, conversas, sarau, feira de afroempreendedores e atrações infantis.
ABRINDO CAMINHOS
O Zona Preta surgiu da união dos coletivos Viaduto de Madureira, Casa Black, Wakanda in Madureira, Projeto Criolice e Zê Enê. Liderados, respectivamente, por DJ Michell, Rodrigo Oliveira, Jonathan Raimundo, Rose Maciel e Marlon Diniz, os grupos trabalham há muito tempo na criação de novos caminhos para a população que, conforme destaca Jonathan, ainda é subalternizada e sub-representada de diversas formas na sociedade.
DJ Michell, por sua vez, lembrou que o Baile do Viaduto, uma das grandes atrações do festival, é muito mais que um espaço de diversão: “São 33 anos quebrando barreiras, ditando moda e tendências. Muitos passaram a se entender como pretos ou descobrem o que querem ser profissionalmente a partir da vivência ali, pois conseguem se identificar com alguém ou alguma situação”.
CANTOS DE LIBERTAÇÃO
Como a música em si já é uma forte expressão da importância da cultura negra para a formação do Brasil, ela é a grande estrela do Festival Zona Preta. O público do evento vai aproveitar o melhor da black music. Samba, jongo, rap, trap, funk e afrobeat, dentre outros gêneros, fazem parte da programação diversificada que contempla todas as tribos e idades. As escolhas, segundo os organizadores, foram feitas de forma coletiva e colaborativa com o objetivo de potencializar as ações já existentes promovidas por cada um dos parceiros envolvidos. Sendo assim, o Zona Preta faz ainda mais sentido para um público tão diverso, embora seja pensado de forma especial para a população local e periférica.
FRANCOS EM DIZER
Com a proposta de apontar caminhos para uma sociedade cada vez mais justa e inclusiva, o Festival Zona Preta vai promover uma roda de conversa abordando o papel do protagonismo da cultura negra na construção de um futuro melhor.
O Festival Zona Preta é realizado através de recursos do programa Zonas de Cultura Madureira, Calendário Cultural da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro.
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira (3)
- Arena Carioca Fernando Torres
15h: Aula de Dança Charme com Marcus Azevedo
17h:Sarau do Azevedo
- Zeene
Yolo Block Party (18h às 5h), com Feira de Brechó, Samba da Serrinha, Roda de Jongo de Cia de Aruanda, DJ Michell, DJ Tamy, DJ Júlio Rodrigues, DJ Will Ow e DJ Hey Jimmy Jay
Sábado (4)
- Casa Black Rio (21h às 4h), com DJ Glasdow, DJ Bill e Roda de Samba com Bombom e Marcele Mota
- Baile Charme do Viaduto de Madureira com Baile do Relógio (22h às 4h), com sucessos das décadas de 1990 e 2000, apresentação de grupos de dança e DJ Convidado Black Jay
Domingo (5)
- Criolice in Wakanda (14h às 21h), com roda de conversa com Katiuscia Ribeiro e Vander Araújo, feira de afroempreendedores, Jet Samba Black, Roda de Samba Projeto Criolice, Dj Dina Groovy, show Renato da Rocinha e Espaço Quilombinho (área para crianças que vai funcionar entre 15h e 20h).
Os ingressos gratuitos para qualquer dia de programação devem ser retirados através na plataforma Sympla.
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