Matteus CardosoReprodução/Divulgação

Rio - Depois de interpretar o Joel Leiteiro na novela Mar do Sertão, exibida em 2022 no horário das 18h na Rede Globo, Matteus Cardoso, de 36 anos, celebra seu retorno aos palcos com a estreia de Aquilo Que Nos Olha. O espetáculo, que acontece nos dias 14 e 15 de janeiro no Teatro Alberto Maranhão, em Natal (RN), marca uma nova fase na carreira do ator, que agora se aventura em um teatro contemporâneo e filosófico sob a direção de Heloísa Sousa.
Matteus fala sobre o processo de preparação para "Aquilo Que Nos Olha": “Foi bem desafiador, bem intenso e muito, muito gostoso. Eu diria muito poético também. Em comparação com o trabalho na televisão, eu diria que a maior diferença é a mídia em si. Fazer televisão e fazer teatro, apesar de ambos produzirem cenas, são métodos muito diferentes de trabalho e de entrega”, disse Matteus. 
Ele também ressalta o tempo dedicado ao teatro: “Enquanto passamos nove meses gravando Mar do Sertão, tivemos sete meses de ensaios para uma hora e 20 minutos de espetáculo. Isso trouxe muita paciência, dedicação e minúcia. Amo fazer TV e teatro, mas são experiências que pedem coisas diferentes do nosso corpo”.
Baseada nas ideias do filósofo Georges Didi-Huberman, a peça explora o ato de observar e contemplar o mundo. Matteus explica como a direção de Heloísa Souza desafiou o elenco: “Ela nos fez uma provocação: como atuar e interpretar a observação? Esse foi o ponto de partida, uma questão que abordamos no nível corpóreo, emocional e na construção da imagem cênica. O processo nos fez olhar para dentro de nós mesmos e do coletivo. Foi especial, desafiador e muito bonito”, conta o ator.
O ator fala da experiência de trabalhar com Heloísa: “Ela dirige como uma professora que provoca seus alunos, nunca entrega nada de mão beijada. Isso foi profundo e marcante. Além disso, trabalhar com colegas tão talentosos e virtuosos foi uma alegria. Estou muito feliz e pleno de estar em uma equipe excelente”, disse.
Matteus comenta as diferenças entre a TV e o teatro contemporâneo, ele destaca a experiência inovadora proporcionada pela peça: “Essa é uma obra que me permitiu experimentar novos estados de corpo, emocionais e de cena que nunca havia explorado antes. A linha poética e subjetiva da peça é um convite para o público preenchê-la com seus próprios significados. Me sinto evoluído como ator e artista, e estou ansioso para compartilhar isso com as pessoas”.