Susy, mulher trans presa, abraçada por Drauzio no 'Fantástico' reprodução

Por O Dia
Rio - O Tribunal de Justiça de São Paulo publicou, nesta terça-feira (22), a decisão que condena Drauzio Varella e a TV Globo a pagarem R$ 150 mil ao pai do menino morto por Suzy de Oliveira. O processo por danos morais foi iniciado pelo autor após o "Fantástico" exibir, em março de 2020, uma reportagem em que o médico, em determinado momento, abraça a mulher condenada pela morte do menino de 9 anos de idade.
Publicidade
A decisão judicial em primeira instância é assinada pela juíza Regina de Oliveira Marques, cabendo recurso. O processo alega que o pai da criança "sofreu novo abalo psicológico ao reviver os fatos", por ter sido procurado para comentar o caso após a exibição da matéria e a revelação do crime cometido por Suzy.
"Por todo o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido inicial para condenar solidariamente os requeridos ao pagamento ao autor de indenização por danos morais no importe de R$ 150.000,00 devidamente corrigido e acrescido de juros de 1% ao mês, ambos desde a data da sentença até o efetivo pagamento", determina a juíza.
Publicidade
A decisão cita, em contraposição, o argumento de que a detenta "foi alvo de piedade social", após a exibição da reportagem. Na ocasião, os documentos judiciais que apontam a condenação de Suzy pelo homicídio foram divulgados pelo deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP).
Ainda em março de 2020, Drauzio chegou a publicar um comunicado no qual afirma que há 30 anos frequenta penitenciárias para tratar da saúde de detentos e que não pergunta o que seus pacientes possam ter feito de errado. "Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico". O médico afirmou que segue os mesmos princípios em seu trabalho televisivo, e que não perguntou para nenhuma das entrevistadas sobre os delitos cometidos. "Sou médico, não juiz", conclui.
Publicidade
A TV Globo também se defendeu dos ataques através de nota lida durante o Fantástico afirma que "os crimes das entrevistadas não foram divulgados, porque este não era o objetivo". A advogada de Suzy, Bruna Castro, publicou em seu Instagram uma carta atribuída à detenta, onde ela diz que não foi perguntada pelo programa sobre seus crimes. "Eu sei que errei e muito. Em nenhum momento tentei me passar como inocente. Desde aquele dia me arrependi e hoje estou aqui pagando tudo que cometi", afirmou a detenta.