Julia Prado @pupindeleu / Divulgação

Rio - Após interpretar Afra em "Reis", Julia Prado encara o desafio de viver Amirah em "Rainha da Pérsia", da Record TV. A concubina surgiu no folhetim bíblico com um ar de boazinha, mas se revelou uma grande vilã. A repercussão da personagem é tão grande que a atriz de 28 anos diz que está sendo odiada nas ruas - o que é motivo de felicidade para ela. Em entrevista ao Meia Hora, a artista dá detalhes da sua preparação para o papel, fala sobre religião, comenta o amor pela arte, revela seus segredos de beleza e muito mais. Confira!
Julia, como é dar vida à Amirah?

Não vou mentir que é desafiador. Mas que bom, acho que todo ator anseia por desafio! A Amirah não é mais uma menina metida, ela é vilã mesmo. Eu quis deixar isso claro na construção dela, não queria amenizar e sim colocar o dedo na ferida.
Muitas atrizes dizem que sonham em interpretar uma vilã. Você está realizada com essa personagem?

Muito! Confesso que no início não sabia que ela era tão vilã assim. Fui descobrir lendo o roteiro. Fiquei chocada! E na hora me deu uma emoção absurda, só conseguia pensar na responsabilidade de entregar uma personagem assim. Fiquei feliz demais que a direção apostou em mim para esse papel.

Como foi sua preparação para a Amirah?

Tivemos meses de preparação. Tive a minha preparadora Rosana Garcia dando todo o apoio e me ajudando a trazer a Amirah para o mundo. Também era importante para mim trazer coisas diferentes da Afra (meu último papel em 'Reis'). Então, tive um trabalho corporal que me ajudou muito nessa construção.

Como tem sido o retorno do público em relação à ela?

Todos me odeiam! (risos). E eu, obviamente, aceito isso como um elogio gigantesco. Eu sabia que ela era provocativa, mas, de fato, ela está irritando muito o público. E, de fato, tem que irritar. Acho que se o público ficasse passando muito o pano pra mim teria algo de errado na minha entrega! De qualquer forma, tenho recebido feedbacks incríveis. O público é maravilhoso.

Você tem algum tipo de ritual para não levar a personagem para casa? 

Meu ritual é a minha terapia semanal com a minha psicóloga maravilhosa. É essencial. Ainda mais para uma personagem tão complexa, o acompanhamento psicológico é fundamental para entregar meu trabalho sem enlouquecer junto. E também fazia questão de todos os dias meditar, antes de entrar em cena. A meditação me ajuda muito a focar, voltar para mim e não me perder durante o processo.

Você está em uma produção bíblica. Você é uma pessoa de muita fé?

Não tenho religião. Mas tenho uma fé absurda em Deus e Jesus Cristo. Amo espiritualidade, é uma pilar muito muito importante na minha vida. Faço meu devocional todos os dias, leio a Bíblia e rezo. Gosto de estar sempre conectada, agradecendo, e sei que tudo o que conquistei até hoje foi Deus que colocou na minha vida da forma mais amorosa possível.
Como surgiu seu amor pela atuação?

Sempre fui bailarina. Passei minha infância e adolescência competindo, fazendo aulas e dançando no palco. Aos 15 anos, minha mãe teve câncer e faleceu; logo depois, meu pai também teve câncer e se curou. Foi um período conturbado. Aos 16, eu sentia que precisava me expressar de outras formas, o ballet não me supria mais. Foi desse jeito que entrei no teatro e nunca mais saí.

Quais são seus segredos de beleza?

Manter a saúde mental em dia. O nosso externo é só um reflexo de quem somos internamente. Tenho bons pensamentos, trato bem as pessoas, me amo e amo o próximo. Isso ajuda demais na minha energia, em como o outro me enxerga. Também faço questão de me alimentar bem, (mesmo gostando de comer umas besteiras às vezes), e mantenho uma rotina de exercício físico que ajuda muito na minha ansiedade!