Volta por Cima: Madalena (Jéssica Ellen) e Jão (Fabrício Boliveira)Fábio Rocha/ TV Globo

Rio - A novela "Volta por Cima" estreia nesta segunda-feira (30), na TV Globo, substituindo "Família é Tudo", na faixa das 19h da TV Globo. Ambientada em um bairro fictício do subúrbio do Rio de Janeiro, a Vila Cambucá - inspirada em locais como Madureira, Marechal Hermes, Cascadura e Bento Ribeiro, e em uma empresa de ônibus, a Viação Formosa, a trama aborda histórias do cotidiano e de superação.
"O ponto de maior identificação do público é que a gente está trazendo histórias que poderiam acontecer com as pessoas que estão assistindo. A vida é cheia de surpresas, desafios, todos nós passamos por isso todos os dias. É uma história possível de acontecer em relações familiares ou no contexto do trabalho das pessoas. Ao longo da novela, tem acontecimentos impactantes, mas são possíveis de estar no seu caminho no dia a dia", afirma a autora Claudia Souto.
Na obra, Jéssica Ellen interpreta a protagonista Madalena (Jéssica Ellen), uma jovem batalhadora e inteligente, que deixa os sonhos de lado para ajudar a família financeiramente. Filha de Doralice (Tereza
Seiblitz) e Lindomar (MV Bill), ela vive uma relação duradoura com Francisco (Amaury Lorenzo), o Chico, e enxerga no empreendedorismo o caminho para um futuro mais próspero.
Para construir a personagem, a atriz se inspirou em alguns familiares. "O nome da minha personagem é o nome da minha avó materna. Isso para mim é muito especial. E, além disso, tenho uma prima que é muito carinhosa, tem uma relação de afetividade com os filhos, é mais discreta. Algumas dessas características roubei da minha prima e da minha avó para construir a Madalena", afirma.
Ela ainda elogia a trajetória da jovem ao longo do folhetim. "É uma mulher que tem suas questões afetivas, mas uma coisa que acho bonita no trajeto da Madalena é que ela começa a novela sem saber o talento dela, o propósito dela. Mas ao mesmo tempo, ela tem um monte de talento que não sabe. A Madalena vai descobrindo isso ao longo da trama, e através do olhar do outro. Acho bonito ela ir descobrindo qual é seu talento e depois virar uma coisa maior", declara.
Já Fabrício Boliveira vive Jão, criado apenas pela mãe Neuza (Valdinéia Soriano). Ele iniciou a carreira profissional na Viação Formosa como trocador de ônibus e, após conquistar o diploma de Administração, se tornou fiscal da empresa. "A relação do Jão com dona Neuza é típica brasileira, de mães solteiras, que criaram os filhos sozinhas... Acho que o Jão sente falta do pai, mas esse trauma bate nele em um lugar de escuta e sensibilidade para o feminino", comenta o ator.
O personagem também é apaixonado por música e o Carnaval. Com o amigo Sidney (Adanilo), toca em uma roda de samba do bairro. "A relação do Jão com o Sidney é bem despachada e sincera. É uma relação que a gente vê em vários cantos dos subúrbios do Brasil. De intimidade e liberdade. Pessoas que cresceram juntas e constituíram um grupo de bate-bolas, uma roda de samba. Mas entre eles tem essa facilidade da comunicação. E essa é um tipo de relação que tive muitas vezes com meus amigos. A gente está sempre sacaneando e brincando, mas também falamos coisas sérias, sinceras, duras. Essa é uma relação que gosto bastante na novela", aponta Fabrício.
Madalena e Jão viviam implicando um com outro, mas a relação entre eles muda depois de uma tragédia. Em seu último dia de trabalho - antes da aposentadoria - Lindomar passa mal ao volante e o veículo ameaça despencar de um viaduto. Amigo do profissional, Jão lidera uma manobra que salva os passageiros à bordo. Madalena, que também estava no ônibus, se desespera com a situação. Lindomar não resiste ao acidente. A partir disso, Madá e Jão deixam as desavenças de lado e se aproximam. 
Folgado
Se tem uma pessoa que tira Madalena do sério é seu tio Osmar (Milhem Cortaz). Folgado, ele foi acolhido na casa da irmã, Doralice (Teresa Seiblitz) e vive com a renda de um auxílio-desemprego. Após a morte do cunhado, Osmar usurpa da irmã e das sobrinhas, Tatiana (Bia Santana) e Madalena, um bilhete premiado - que era de Lindomar. 
"O Osmar é um personagem complexo. Acho que ele vai ser amado e odiado. A função dele é de vilão... Ele tem uma profundidade, é cheio de nuances. Ele se apropria de uma coisa do cunhado e isso muda a vida dele, pelo lado que sempre esperou de prosperar e no sentido das emoções. É um cara que é levado pelo coração", detalha o ator.
"O Osmar é o típico brasileiro que a gente tem na nossa família, próximo. Todo mundo tem um amigo igual ao Osmar. Um cara bom de coração, legal, para frente, astral, mas não dá certo em nada no que faz. Ele está sempre armando um jeito de vencer na vida, chamar atenção. Me sinto um pouco Osmar. É um personagem mais complexo que fiz em termos de novela até hoje", completa.