Camila Pitanga é a convidada do programa ’Roda Viva’, da TV Cultura, desta segunda-feira (3)Reprodução de vídeo
"Eu tive uma certa dificuldade... Que vida é essa? Porque ela é uma influencer digital, ela é o capital bem despudorado, vendendo um tipo de beleza. Porque existe uma tradição no mercado brasileiro, seja de cosméticos ou procedimentos estéticos. Mas a novela fala de uma disputa que está acontecendo mesmo", analisou a atriz, ao ser questionada sobre como lida com a pressão estética da personagem.
Em seguida, a atriz citou a importância da novela retratar uma realidade, já que houve um aumento de mortes durante a realização desses procedimentos. "A gente tem visto em muitos jornais muitas mulheres tendo mutilações, deformações e perdendo a vida. [...] A novela aborda isso, mas Lola é o pior disso, é o capital querendo ganhar dinheiro. Ela é agressiva no mercado e marketing. Ela é a própria estandarte. Você vê na cara dela, é toda esticada e tudo muito artificial. Mas é uma artificialidade que hoje é muito aceita porque virou um status", analisa.
A atriz destaca que é contra procedimentos que colocam a vida das pessoas em risco. "Eu sou crítica, mas eu também não sou patrulha de ninguém, sabe? Cada um sabe de si. Eu tenho muita preocupação nessa questão ética e de risco de vida porque a gente está vendo que está muito sério. Nesse sentido, acho que tem que ter regulação", complementou a artista.
Logo após, a jornalista Luiza Brasil questionou sobre as comparações de Lola com Bebel, personagem de Pitanga em "Paraíso Tropical" (2007), e como as produções mudaram a forma de retratar mulheres negras.
A apresentadora Vera Magalhães, então, perguntou: "Camila, você tem uma volta à Globo prevista depois de bastante tempo, e depois dessa experiência no streaming. Você acha bom esse novo modelo de contrato mais fluido?".
Camila explicou que outros projetos estão sendo analisados no streaming, mas também pretende apresentar propostas na emissora da família Marinho. "Importante dizer que na Max eu tenho muito orgulho de estar como produtora executiva e empreendendo projetos [...] Nós atores somos criadores, a gente tem expertise", destaca.
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