Você sofre ou conhece alguém que sofre com compulsão alimentar? Esse é um transtorno que causa a ingestão exagerada de alimentos. Um problema sério, que requer um acompanhamento médico multidisciplinar. Para saber mais sobre o assunto e descobrir como controlar o problema, conversamos com o psiquiatra Ervin Cotrik. Ele destacou informações e cuidados para tratar o distúrbio.
“O episódio de compulsão alimentar é a sensação de falta de controle sobre a ingestão de alimentos em determinados períodos. Ela causa um sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo. Os episódios ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses”, explica o Dr. Ervin.
O médico explica que os episódios de compulsão alimentar estão associados a três ou mais dos seguintes aspectos:
- Comer mais rapidamente do que o normal; - Comer até se sentir desconfortavelmente cheio; - Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome; - Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo; - Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.
Algumas pessoas confundem o transtorno com a bulimia nervosa. Mas qual a principal diferença entre os problemas? A principal é a ausência de mecanismos compensatórios após o “comer excessivo” - que está presente na bulimia nervosa. Como por exemplo, uso de laxantes ou vômitos induzidos, para tentar aliviar as calorias ingeridas.
Diferente do que muitos pensam, o psiquiatra explica ainda que o transtorno de compulsão alimentar não acontece só em pacientes com obesidade.
“Só metade dos indivíduos com transtorno de compulsão alimentar é obesa. Esses indivíduos obesos têm um início mais precoce de obesidade do que aqueles sem o transtorno. Existe maior probabilidade de pacientes com esse transtorno terem uma história de peso instável com episódios frequentes de oscilação do peso”, explica o médico.
O especialista explica que existem critérios de gravidade. E a pessoa que sofre com o problema deve ficar atenta aos sinais de piora e agravamento do problema. Nível leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana; nível moderado: 4 a 7 episódios por semana; nível grave: acima de 8 episódios de compulsão por semana.
“O tratamento é multidisciplinar e deve ser feito com psiquiatra, psicoterapia, endocrinologista e nutricionista. Se você se identificou com esses sintomas, não deixe de buscar ajuda. É um problema de saúde e tem tratamento”, finaliza Ervin.
Gostaram das dicas? Para saber mais sobre o assunto é só acompanhar a entrevista com o Dr. Ervin no meu programa “Vem Com a Gente”, na TV Band, a partir das 13h30. Espero vocês! Clique aqui.
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