Cuidar das nossas crianças é que toda mãe quer, não é mesmo? E um dos principais cuidados que podemos ter com nossos filhos é através da alimentação. Infelizmente, muito especialistas relatam um aumento significativo de crianças e adolescentes com colesterol elevado.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostrou que uma em cada quatro crianças brasileiras tem alteração nos níveis de colesterol. Já um estudo realizado pela West Virginia University, nos Estados Unidos, também reforça isso, a pesquisa mostrou que mais de 1% de todas as crianças da quinta série, com idade entre 10 e 11 anos, apresentaram colesterol alto, e um terço delas não tinham parentes com o problema.
Infelizmente, o aumento da doença na infância se dá por uma alimentação rica em gorduras, excesso de peso e sedentarismo. E para explicar como isso ocorre, conversamos com a pediatra Fernanda Perez, diretora médica do Grupo Prontobaby.
“Além da questão da alimentação, algumas crianças e adolescentes terão alterações no colesterol, mesmo seguindo uma dieta saudável, devido à predisposição genética. O LDL é a fração ruim e pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos, formando placas e iniciando a inflamação dos mesmos, podendo causar infarto ou AVC. Já o HDL, que consideramos bom, remove o colesterol da parede dos vasos, limpando-os, e os levando de volta para o fígado, aonde será eliminado”, explica a especialista.
Quando pensamos em níveis elevados de colesterol, a primeira coisa que vem à mente são alimentos ricos em gordura. A indústria de alimentos capricha nas embalagens de biscoitos recheados, por exemplo, para atrair as crianças. No entanto, o recomendado é evitar o consumo dessas guloseimas, bem como de bolos, chocolate, sorvete, hambúrguer, batata frita, refrigerante, frituras e alimentos ultra processados.
“Devemos nos preocupar com os rótulos dos alimentos, pois sinalizam quando há gordura saturada. Desde a infância, é importante variar o cardápio com verduras, legumes, frutas, peixe, frango, leite e queijo branco sem gordura”, orienta a pediatra Fernanda Perez.
O colesterol em crianças deve ser inferior a 170 mg/dl, com o LDL abaixo de 100 e o HDL acima de 35. Se o seu filho apresenta alterações nos níveis, é importante estimular a atividade física, como a prática de esportes em geral, para evitar o sedentarismo.
“A criança sedentária e com péssima alimentação, que apresenta altos índices de colesterol, pode se tornar um adulto obeso, com risco de doença cardiovascular e infarto”, sinaliza Fernanda.
Por isso, é importante que pais e responsáveis se conscientizem sobre a importância de manter uma alimentação balanceada dos pequenos. Vale lembrar que crianças de dois a oito anos, com diagnóstico de diabetes, obesidade ou que tenham pais com histórico de doença cardíaca ou colesterol alto precisam acompanhar as taxas. O exame também deve ser solicitado pelo pediatra a todas as crianças entre nove e 12 anos de idade, antes da puberdade.
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