O costume de beijar os pets é comum e possivelmente prejudicial aos humanos e animais Reprodução
É comum associar os beijos à maneira mais fácil de fortalecer o relacionamento com os pets. Os cachorros costumam lamber os donos — ou qualquer pessoa que gostem — como uma forma de demonstrar afeição, um sinal de que já te reconhecem como parte da matilha deles.
Porém, de acordo com o médico veterinário Saul Quintans, é a partir daí que os riscos nascem. “Quando você permite que o seu pet lamba a sua boca, você está se expondo a riscos desnecessários. Existem bactérias que estão na boca dos cães mas não estão na nossa”, explica o especialista.
O veterinário alerta que as chances de uma infecção aumentam nas pessoas que possuem algum tipo de comorbidade ou predisposição à doenças: “Quando o animal lambe qualquer parte do seu corpo que esteja exposta, como uma ferida, dependendo da quantidade de bactérias que está presente na saliva que ele deixou ali, isso é um fator importante para que a infecção aconteça”
Um grande problema na cidade do Rio de Janeiro é a presença de duas doenças transmitidas por mosquitos que causam sérios prejuízos aos animais: a Leishmaniose e a Dirofilariose, também conhecida como “verme do coração”. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) apontam um aumento de 40% nas notificações da Leishmaniose canina em 2023. A doença tem risco potencial de mortalidade tanto para os animais quanto para os humanos.
A questão do cão com Leishmaniose é que além de desenvolver, o animal se torna um reservatório da doença, aumentando os riscos de infecção em nós humanos. “Usar uma coleira repelente é fundamental”, sugere Saul.
Cuidar da cavidade oral dos bichinhos também é uma dica valiosa para evitar os riscos desse contato maior com a saliva de cães e gatos. É recomendado que eles tenham os dentes escovados regularmente e que visitem o odontologista veterinário pelo menos uma vez ao ano. “É importante que as pessoas tenham noção que esse cuidado existe. Acaba sendo mais caro tratar do que prevenir” , explica o veterinário.
Mesmo que não seja totalmente proibido, evitar o contato maior com a saliva dos fofinhos durante os “lambeijos” acaba sendo a melhor alternativa contra as possíveis consequências à saúde.
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