Ah! O sol... Ele sempre volta...
Estamos vivendo um momento em que temos pela frente o maior desafio da nossa existência: um momento de mudança de tudo, que conhecemos e planejamos. É hora de reclusão, de estar frente a frente com o que nos apavora: a fragilidade da saúde, falta de dinheiro, medo do que está por vir, a desconstrução de tudo que estava confortável para nós, da nossa vida como era antes. Agora, a hora é de ficar sozinho e ouvir o barulho da nossa alma. A meu ver, é encarar a verdade de quem somos sem "o que pretendermos ser". Ter sabedoria de aceitar que nada, absolutamente nada, está sob controle.
Nós, seres humanos presunçosos, tínhamos a certeza de que tudo estava em nossas mãos, até mesmo o futuro. Achávamos que tínhamos o domínio. Ledo engano! Em algumas semanas, tudo que acreditávamos ser verdade, ser de nossa propriedade, não é mais... Nem nós mesmos!
Estamos todos na mesma situação: independente de credo, classe social ou gênero. De repente, aprendemos que todos somos iguais. Ninguém é melhor que ninguém. Quando ouço “achatar” a curva, penso, obviamente, na Covid-19. Mas também vejo a volta da curva de normalidade do ser humano, independente de todos os apetrechos que possamos ter. Temos que manter a calma. É difícil, mas precisamos. Uma coisa é certa, nunca mais seremos os mesmos. Espero que possamos aprender algo e tirar uma lição positiva dessa experiência intensa. Isso tudo vai passar. No final, seremos mais pacientes, mais gentis e vamos dar valor às coisas simples da vida moderna que tínhamos esquecido por completo. Pequenos gestos como fazer refeições com a família, encontrar amigos, dar banho no cachorro... E que dentro da nossa absoluta prepotência existencial não temos controle de nada, absolutamente nada!