Oficinas com práticas corporais inspiradas em figuras femininas de terreiro marginalizadas acontecem de graça na BaixadaDivulgação

Duque de Caxias - “Na Boca de Quem Presta Pombagira Canta Histórias" propõe uma reflexão sobre a imagem marginalizada dessas encantadas como representatividade político-social e de enfrentamento às violências decorrentes do racismo, machismo, misoginia e lgbtqia+fobia. O projeto oferece gratuitamente oficinas abordando tais temáticas, além da realização de práticas corporais a partir do imaginário social dessas figuras tão polêmicas ainda nos dias de hoje.
Oficinas com práticas corporais inspiradas em figuras femininas de terreiro marginalizadas acontecem de graça na Baixada - Divulgação
Oficinas com práticas corporais inspiradas em figuras femininas de terreiro marginalizadas acontecem de graça na BaixadaDivulgação
A vivência traz uma abordagem reflexiva sobre a história dessas mulheres chamadas, no Brasil, de ''pombagiras''. As ações acontecem em Terreiros Tradicionais na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio de Janeiro, espaços culturais que guardam saberes afro-brasileiros. As inscrições podem ser feitas previamente via internet ou no local de cada oficina, inclusive no mesmo dia. O primeiro encontro acontece neste sábado (21) em Duque de Caxias/RJ, no Ilé Axé Oju Omi Opará Odé, que fica no Jardim Anhangá. 

Em decorrência do racismo religioso e do machismo, essa figura feminina conhecida dentro dos terreiros de umbanda e candomblé no Brasil são constantemente incompreendidas. Entidade, símbolo feminino para essas comunidades tradicionais, elas têm seu comportamento, subjetividade e narrativas tidas como subversivas quando vistas através de um viés conservador da sociedade, ocupando no imaginário social uma conotação de inferioridade, de transgressão dos papéis de gênero e de uma figura a qual devemos evitar ser, parecer e nos aproximar.

Para uma das idealizadoras do projeto, Fabi Pinel, as cantigas cantadas, tocadas e dançadas para elas nos terreiros e nas ruas retratam a violência histórica que as mulheres sofrem até hoje.
Oficinas com práticas corporais inspiradas em figuras femininas de terreiro marginalizadas acontecem de graça na Baixada - Divulgação
Oficinas com práticas corporais inspiradas em figuras femininas de terreiro marginalizadas acontecem de graça na BaixadaDivulgação
''Essas mulheres foram queimadas, assassinadas e violentadas por seus companheiros, ou desde cedo abandonadas pela família.Elas demonstram sua força se valendo de estratégias de resistência para dar o recado: 'Eu sou mulher e vencerei!' São as narrativas femininas que são cantadas e contadas como relatos poéticos dentro dos terreiros de umbanda e candomblé através da tradição oral, o que, historicamente, vem sendo a experiência da mulher na sociedade. A que tipo de violências de gênero vem sendo expostas e quais os mecanismos de enfrentamento essas mulheres ancestrais nos deixam como legado e instrução para as violências que persistem até os dias de hoje'', destaca Fabi.

Para se inscrever previamente pela internet, basta acessar o link: https://www.sympla.com.br/evento/na-boca-de-quem-presta-pombagira-canta-historia/1847200?lang=PT

“Na Boca de Quem Presta Pombagira Canta Histórias" conta com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.

Serviço:

Sábado - 21 de Janeiro de 2023
Ilé Axé Oju Omi Opará Odé
Rua Aa, 174 Jardim Anhangá - Duque de Caxias

16h às 17h30 - Oficina
19h - Apresentação da Performance