Rio - Diante da cobrança dos aposentados do INSS, por parte de lideranças sindicais, o governo federal sinalizou que o adiantamento da primeira parcela do 13º salário da categoria deve sair na folha em agosto.
Entidades representativas dos aposentados, como o Sindicato Nacional da Força Sindical e a Confederação Brasileira (Cobap), enviaram ofícios à Presidência do INSS cobrando a data de pagamento do benefício antecipado, mas ainda não obtiveram respostas.
No entanto, representantes do sindicato, em reunião realizada nesta semana, levaram a questão ao presidente Michel Temer, que alegou não haver problemas para executar o crédito no mês previsto.
“Ele (Temer) disse que o pagamento (antecipado) será normal, o que nos leva a crer que será mesmo em agosto. Até porque não existe nenhuma justificativa para não pagar nesse prazo, já que é um direito adquirido dos aposentados”, explicou o presidente do sindicato, João Batista Inocentini.
Caso a Presidência do INSS e a União não confirmem o adiantamento do décimo terceiro para agosto, o sindicato vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Vamos fazer como no ano passado e solicitar que o calendário seja cumprido. Agora é ficar no pé do INSS para eles responderem o mais rápido possível”, completou Inocentini.
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Procurada pelo DIA, a Secretaria de Previdência Social informou que ainda é cedo para tratar do tema e que a antecipação depende de publicação de decreto presidencial no Diário Oficial. O órgão, no entanto, não descartou que o pagamento seja mesmo em agosto.
O presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Warley Martins, também cobrou uma posição do governo sobre o pagamento antecipado para os segurados do INSS. O dirigente informou que protocolou ofícios em meados de maio na Secretaria de Previdência e no próprio instituto solicitando uma decisão a respeito do assunto. E que até o momento não obteve resposta dos dois órgãos.
Para Martins, apesar da crise política que atormenta o presidente da República, denunciado por possível envolvimento em corrupção por empresário do Grupo JBS, o governo não teria motivos para não antecipar 50% do 13º dos aposentados do INSS, como vem ocorrendo nos últimos anos.
A primeira vez que o governo pagou a primeira parcela no meio do ano foi em 2006, em um acordo entre representantes dos segurados e o ex-presidente Lula. “Estamos na expectativa da confirmação da antecipação. Se o governo não antecipar, vamos entrar na Justiça”, garantiu Martins.