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Por Alex Campos

Numa jogada de rara coragem, a Diretoria do Flamengo publicou em jornais de grande circulação o desempenho financeiro do clube em 2017. O relatório revelou um superávit de R$ 159 milhões ­ excelente para um "negócio" ou "produto" associado a amadorismo, malandragem e rapinagem. No futebol, como se sabe, a gestão financeira costuma ser uma grande área dominada por dirigentes inconsequentes e irresponsáveis, baseados no mito, na crença ou na superstição de que dinheiro cai do céu, dá em árvore ou brota do asfalto.

O clube se expôs a avaliações, análises e críticas externas de jornalistas especializados, além de profissionais de mercado que conhecem balanços e podem distinguir abertamente os pontos fortes ou fracos da atual administração. Por isso, mesmo que por enquanto ainda faltem taças e títulos, o Flamengo está de parabéns. Afinal, quando se trata de dinheiro, o nome do jogo é transparência.

Outro dado confortável do desempenho mostra a regularização de dívidas judiciais e trabalhistas, que permitiu que o clube encerrasse o Ato Trabalhista (ação do Tribunal Regional do Trabalho TRT) e não ficasse mais sujeito a arresto inesperado de receitas. Sem contar que nenhuma empresa quer estar associada a uma franquia em desacordo com as boas práticas tributárias e trabalhistas. Ou seja, o Flamengo pode não estar dando aula de futebol, mas está preparando o terreno para se tornar gigante nas finanças e, certamente, voltar a ser gigante nos gramados.

Daí que seria mais inteligente a nação rubro-negra apoiar a gestão financeira do clube, com saldos positivos e perspectivas melhores já que tudo na vida fica muito pior sem dinheiro.