Com dados são do instituto, das 355.358 pessoas na fila, a maior parte espera análise do benefício para o auxílio-doença previdenciárioReginaldo Pimenta

Mais de 350 mil pessoas esperam na fila pela perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O número representa uma queda de 43,77% em comparação a março deste ano, data em que a perícia presencial começava a ser retomada no país. Naquele mês, no total, 632.039 beneficiários aguardavam na fila para o procedimento do órgão. Apesar da queda, Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) acredita que o número deve voltar a subir nos próximos meses. 
Com dados são do instituto, das 355.358 pessoas na fila, a maior parte espera análise do benefício para o auxílio-doença previdenciário. No total, são 312.482 que aguardam a incapacidade temporária ou permanente.
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De acordo com Diego Cherulli, vice-presidente do IBDP, a diminuição da fila para a concessão do auxílio-doença se deu em grande parte pela retomada da perícia presencial, que ocorre entre março e abril deste ano. "A redução do auxílio-doença tem causa pelas novas políticas administrativas do INSS, como a realização de perícia por meio de documentos e a volta da perícia presencial, mas com mais destaque para a documental. Ainda há mais de 310 mil pessoas e ainda é um número expressivo", afirma ele.  
Entretanto, mesmo com a volta da perícia presencial em março, ainda existe a falta do serviços em inúmeras cidades. Nesse cenário, os segurados do INSS precisam se deslocar para um município vizinho para realizar a perícia, o que provoca dificuldade para esses requerentes. 
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Além disso, há a sobrecarga de servidores e de peritos médicos. Mesmo antes da crise gerada pela pandemia do coronavírus, o prazo de 45 dias para atendimento das pessoas que fazem o pedido já não era acatado.
O restante espera o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é concecido idosa, acima de 65 anos, de baixa renda. Assim como aos portadores de deficiência de origem física, intelectual ou sensorial também de baixa renda e de qualquer idade.
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Em março, eram 39.883 que esperavam a perícia para o BPC, mas atualmente totalizam 42.876, representando um aumento de 7,5%. Para Diego, isso se explica por dois motivos.
"O primeiro deles é que a perícia para o Benefício de Prestação Continuada não é possível fazer por documentação, diferentemente do auxílio-doença. Dessa forma, a fila tem andado a passos lentos, com esse atravancamento", explica ele.
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Além disso, o vice-presidente do instituto acredita que nos próximos meses a situação da fila da perícia não deve melhorar. Pelo contrário, tende a piorar. Isso em razão do pente-fino que o órgão começou a fazer neste mês. 
"Não acredito que vá reduzir pois há previsto o pente-fino, com isso cria-se mais demanda desnecessária neste momento. Isso porque, desde o início do pente-fino, os benefícios já vinham sendo concedidos com prazo curto, então acredito que ter colocado ele agora não foi o caminho certo. Isso vai acabar atropelando tudo e aumentando a fila para quem já espera uma perícia", explica Cherulli. 
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Vale lembrar que, neste ano, alguns prazos para análise para a concessão de benefícios do INSS foi estendido por meio de um acordo feito pelo órgão com o Supremo Tribunal Federal (STF). Para os benefícios assistenciais à pessoa com deficiência e ao idoso e para as demais aposentadorias, o prazo passou a ser de 90 dias. 
Diego afirma que, mesmo que o benefíciário esteja na fila à espera do benefício, é importante deixar
todos os documentos prontos. "Tem sempre que manter a documentação atualizada, relatórios e laudos
médicos, e coloca tudo no sistema. Além disso, tirar uma foto boa e legível documento".