Imóveis com dívida de IPTU serão leiloados em dezembro Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Rio - Com base no Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades brasileiras, houve uma alta de 0,64% em julho. O aumento acompanha uma alta consecutiva, já que em junho subiu para 0,57%, 0,48% em maio e 0,30% em abril. O resultado estabelece novo recorde para variação mensal desde agosto de 2014, quando foi apurada uma alta de 0,68% no índice. No Rio de Janeiro, apurou-se uma alta mensal registrada entre imóveis à venda de 0,21%. Especialistas explicam o motivo do aumento e quais medidas de negociação devem ser tomadas para não pesar do bolso do consumidor. 
De acordo com o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), Claudio Hermolin, o mercado se ajustou depois de um período de crise, e a negociação entre as partes é a melhor saída. “Com o remanejamento de locatários em função da pandemia e a redução de receita nas famílias, esse ajuste faz com que algumas regiões tenham esse aumento do preço do aluguel”.
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Hermolin explica que o alto índice do mercado tem afetado famílias na prática e que isso desfavorece ambas as partes. “Na prática, o que a gente também tem visto hoje é que todo esse impacto do IGP-M nos contratos de aluguel tem gerado uma necessidade de negociação entre proprietários e ocupantes de imóvel. Esse salto do IGP-M pegou todo mundo desprevenido, não faz sentido esse ajuste no valor do aluguel ainda num momento difícil da economia”.
A alta do Índice Geral de Preço -Mercado (IGP-M), que indica o percentual de reajuste dos aluguéis, subiu para 0,78% em julho e acumula alta de 15,98% no ano.
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Há uma grande quantidade de ofertas no mercado, anúncios, sites e empresas imobiliárias têm ganhado destaque nos últimos quatro anos. O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi-RJ), afirmou que por conta de devoluções de alguns imóveis, quebras de contrato e a pressa na hora de locar o imóvel contribuíram para esse aumento de ofertas.
“Vivemos um momento de muitas entregas, muitas quebras de contrato, pessoas com pouco orçamento para formalizar a locação. Com isso, temos muitos imóveis disponíveis no mercado. E como o mercado é de oferta e demanda, sem muita procura, os preços acabam subindo”.

Negociação
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O presidente da Ademi-RJ afirmou que, nesse momento econômico, o melhor a se fazer é negociar entre as partes. “Orientamos que os dois lados entrem em uma negociação, que obviamente, precisa de um entendimento das necessidades das partes. Ou seja, o inquilino precisa entender que o proprietário do imóvel depende daquela receita de locação, e por outro lado, o proprietário deve analisar a adimplência do inquilino. Tendo assim, uma sensibilidade na hora de negociar esse reajuste , não se baseando apenas pela métrica do IGP-M que está fora da realidade de muitas famílias”, concluiu.
Edivaldo Constantino, economista da DataZAP+, disse que o inquilino deve aproveitar o momento para entender o cenário imobiliário e usar certas informações como uma ”carta na manga" para negociar um valor melhor.
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“É muito mais vantajoso para o proprietário ter o seu imóvel locado, sem precisar arcar com os custos fixos. É bom que o inquilino entenda o seu valor na hora de alugar, pois ele é extremamente importante para o locador”, afirmou o especialista.
Em outros casos, inquilinos antigos devem levar em consideração na hora da negociação do reajuste, que toda sua conduta pode ser um bom motivo para garantir o preço baixo. “Se o inquilino for um bom pagador, se for uma pessoa que conversava as condições físicas do imóvel, é muito mais difícil que o proprietário esteja disposto a perder esse locador”.
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Além disso, o especialista aponta que um fato a ser considerado é usar a instabilidade do mercado a seu favor na hora da negociação. “Veja o que está acontecendo ao seu redor. Será que existem imóveis vazios, com propostas melhores? Leve esses dados na hora da negociação. Mostre ao seu proprietário ou para o seu possível proprietário”.
*Estagiária sob supervisão de Marina Cardoso