Desconto da Tarifa Social é fornecido às famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único ou que tenham entre seus membros alguém que seja beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC)Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a conta de luz do brasileiro teve aumento de 137% a mais que a inflação nos últimos 7 anos. Os números divulgados pela instituição mostram que enquanto a inflação teve alta de 48% de 2015 a 2021, a tarifa residencial de energia acumulou alta de 114%, uma diferença de 137%.
O documento divulgado pela Abraceel destaca ainda o quanto o valor da tarifa pesou no bolso do brasileiro nesse período. Os gastos com energia elétrica representaram 10,65% da variação do IPCA. Já no mercado livre, onde os clientes podem negociar contratos livremente com as empresas de energia, como comercializadoras, os preços oscilaram 25% abaixo da inflação no período. No momento, o livre comercio de energia é realidade apenas para clientes que consomem acima de 1.000 kW.
O planejamento financeiro de diversas famílias precisou ser reajustado durante a pandemia da covid-19 devido à diversos fatores, e segundo o vice-presidente de energia da instituição, Alexandre Lopes, a expectativa é de que esse cenário não mude nos próximos anos.
“Esse levantamento mostra como o consumidor cativo teve seus custos aumentados nos últimos anos e como a abertura do mercado livre a todos os consumidores poderia impactar de forma positiva a economia. A expectativa para os próximos anos não é diferente, pois ainda temos custos de 2021 que não foram repassados para as tarifas e provavelmente teremos outro aumento acima da inflação em 2022. Quando esse novo empréstimo ao setor elétrico começar a ser pago, impactará ainda mais as tarifas, o que significa que ainda vamos pagar por esse custo nos próximos anos. É urgente darmos liberdade de escolha ao consumidor", explica o executivo.