Presidente da Petrobras, Joaquim Silva e LunaWilson Dias / Agência Brasil
Silva e Luna também disse que o Brasil "não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis". Para ele, o fato de as empresas internacionais não estarem se interessando em leilões no setor no país se deve ao fato de o mercado ficar com "medo de intervenção no preço da empresa". "Todo mundo se recolheu", disse o presidente da companhia, referindo-se a leilões realizados no ano passado.
"Empresas que tabelaram combustíveis tiveram perda de capacidade de investimento. Essa dívida 'monstra' da Petrobras foi de tabelamento de preço", afirmou o presidente da estatal aos militares.
Com o anúncio de sua demissão feita nesta segunda, Silva e Luna defendeu que riscos a desabastecimento e estabilidade regulatória dos preços afasta o investidor da empresa e do mercado de óleo e gás no Brasil. "A aplicação de preços de mercado garante o abastecimento do país", que complementou ao afirmar que a empresa não exerce mais o monopólio e que precisa praticar preços de mercado.
As soluções tomadas até o momento para mitigar o aumento do preço dos combustíveis, como a aprovação do PLP 11, ainda não tiveram efeitos nos preços, segundo Silva e Luna. Para ele, isso acontecerá com o fim do conflito no leste europeu e a recuperação econômica da pandemia da covid-19.
Em relação ao ano passado, Silva e Luna apresentou dados de que a variação do preço na bomba, no ano inteiro de 2021, foi de R$ 0,92 no valor de responsabilidade da Petrobras nos custos.
Em relação à crise da Ucrânia, ele falou que a empresa precisou realizar um reajuste enquanto a companhia verificava se situação se estabilizaria.
Silva e Luna lembrou que, em 2018, a empresa recebeu R$ 6,8 bilhões do governo para segurar os preços do diesel e acabar com a greve dos caminhoneiros, que chegou a parar o país, dando a entender que, como segue os preços do mercado, uma redução deveria vir novamente do governo, e não da estatal.
Destacou ainda que as decisões na Petrobras não são monocráticas e que existem 21 órgãos de controle fiscalizando suas ações, sendo uma das empresas mais controladas do mundo, afirmou.
"Decisões tomadas são coletivas, não há lugar para aventureiros", afirmou Silva e Luna, destacando que pelo desempenho dentro das regras do livre mercado a estatal recebeu no ano passado nove prêmios de conformidade e governança.
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