Jair Bolsonaro (PL) pretendia limitar reajuste aos policiais federais e agentes penitenciários, fato que provocou reação de todo o funcionalismo públicoSergio Lima / AFP

Brasília - O pacote de 'bondades' propagado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, esbarra no impasse sobre o percentual de reajuste que será ofertado aos servidores federais. Em busca da reeleição, o candidato do PL quer conceder aumento de 5% para todos os servidores públicos. No entanto, admitiu, em entrevista à 'Rádio Metrópole', nesta sexta-feira, que o reajuste sugerido "desagrada a todos".
No primeiro momento, a pretensão de correção salarial do governo se limitava à Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e agentes penitenciários. Além da repercussão entre o funcionalismo público, uma série de manifestos, ameaças de greve e de judicialização do caso obrigou o recuo de Bolsonaro.

"Apareceu uma outra oportunidade, que parece que desagrada todo mundo, a possibilidade de dar 5% para todo mundo. Desagrada a todo mundo essa possibilidade", disse.
Mobilizada, a Polícia Federal pleiteia uma reestruturação de carreiras para além dos 5% de aumento geral defendido pelo governo. Sob pressão, Bolsonaro trabalha para manter a base de apoio na área de segurança pública no embate eleitoral que tem o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva na liderança das intenções de votos, de acordo com recentes pesquisas.
"Me apresentem alternativas. Eu quero ajudar todos os servidores do Brasil. Sempre defendi reajuste, mas não dá para dar mais do que temos no momento", declarou o presidente.
O custo estimado para oferecer o reajuste de 5% para todo o funcionalismo a partir de julho é R$ 6,3 bilhões em 2022.