O desemprego é uma ameaça para 43,7% dos entrevistadosReprodução

Sondagem feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) com 261 consumidores do estado do Rio de Janeiro, entre os dias 15 e 19 de agosto, mostra que o número de pessoas que não tinham medo de perder o emprego voltou a aumentar, após queda no mês anterior. Em agosto, este percentual foi de 43,7% ante 40,3% em julho e 44,3% em junho. No entanto, diminui o percentual de entrevistados que declararam ter tido muito medo de perder o emprego: estes foram 33,7%, contra 37,1% e 38,1% nas duas pesquisas anteriores. Este resultado foi o principal responsável pelo crescimento do Índice de Situação Presente na pesquisa de agosto.
Quanto à confiança na manutenção do emprego nos próximos três meses, ocorreu comportamento semelhante. Os consumidores que não têm medo do desemprego representaram 46,4%, também em crescimento para patamar semelhante ao de junho, quando era de 46,5%. Os que têm muito medo são 31,8%, ante 31% (junho) e 32,4% (julho) nos últimos dois meses. Em relação aos que têm pouco medo de perder o emprego, estes percentuais são 21,8%, 26,1% (junho) e 21,1% (julho). Novamente, a confiança no emprego foi o principal indicador a elevar o Índice de Situação Futura neste mês.
Ambos os índices voltaram a crescer após recuo em julho, de forma que o Índice Geral se posiciona em 92,4 pontos, contra 92,9 e 90,1 pontos em junho e julho, respectivamente.
“Seguindo a volatilidade dos indicadores econômicos do Rio, como também temos visto nos dados do IBGE, o mês de agosto apresentou ligeira alta em relação ao mês anterior, voltando ao patamar próximo de junho. Precisamos acompanhar de perto todas as informações econômicas para termos um cenário mais claro. O momento atual é de cautela”, explica o diretor executivo do IFec RJ, João Gomes.
Medo era menor há um ano
Se comparado a agosto de 2021, o número de entrevistados com medo de perder o emprego nos últimos três meses era menor. Há um ano, eram 31,8%, contra 43,7% neste mês. Aqueles cuja expectativa era de muito medo estavam em 34,1%, diante de 46,4% em agosto de 2022.
Retomada econômica
Em relação à expectativa da retomada econômica brasileira para os próximos três meses, a atual pesquisa revela a confiança dos consumidores aumentando em relação à sondagem de julho. Estão confiantes ou muito confiantes, 37,2% contra 35,9% do mês passado. Os pessimistas ou muito pessimistas também diminuíram. Em julho, eram 48,7%. Agora em agosto são 41,4%.
Sobre a retomada da economia do estado Rio nos próximos três meses, o número de pessimistas ou muito pessimistas se manteve em 48,6%, como julho. O número de consumidores confiantes ou muito confiantes caiu em agosto e é, atualmente, 28,3%. Na pesquisa anterior, os que estavam confiantes ou muito confiantes somavam 31,4%.
Renda familiar
O número de consumidores fluminenses que afirmaram ter sofrido diminuição na renda familiar nos últimos três meses apresentou queda, indo de 51,8% em julho para 47,9% em agosto. Os índices mostram que houve um pequeno aumento na porcentagem dos consumidores que relataram aumento da renda familiar: 11,5% (julho) para 11,8% (agosto). Já 40,2% disseram que a renda familiar continuou como está, contra 36,7% no mês passado.
Para os próximos três meses, 24,1% acham que a renda familiar vai cair ou cair muito, número menor que na pesquisa anterior que apontou 27,9% dos consumidores com essa sensação. Já os que acham que a renda familiar vai aumentar ou aumentar muito caiu em relação ao mês passado: 29,2% (julho) e 26,1% (agosto).
Endividamento e inadimplência
O número de consumidores endividados ou muito endividados nos últimos três meses ficou em 42,9%, um pouco acima de julho, que apresentou índice de 41,6%. Os pouco endividados aumentaram de 23,9%, em julho, para 26,1%, em agosto. Não ficaram endividados 31%, que na pesquisa anterior registrou 34,5%.
No novo levantamento do IFec RJ, 54,8% disseram não ter ficado inadimplentes nos últimos três meses, em estabilidade em relação ao mês passado. 27,6% afirmaram que ficaram inadimplentes ou muito inadimplentes, contra 28,3% em julho.
Entre os que ficaram inadimplentes, o cartão de crédito é o maior motivo, com 63,8%, seguido das contas de luz, gás, telefone, água e internet (37,9%), crédito pessoal (37,1%), cheque especial (26,7%) e IPVA (16,4%).
Consumo de bens duráveis
Perguntados sobre os gastos com bens duráveis nos próximos três meses, 37% afirmaram que irão manter seus gastos, enquanto 41,2% diminuirão e 21,8% aumentarão.
Nos últimos três meses, 49,8% disseram que os gastos foram menores com bens duráveis. 23,3% gastaram mais e 26,8% tiveram os gastos iguais.