CNC projeta aumento real de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passadoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Apesar da melhora, o setor ainda permanecerá aquém do patamar pré-pandemia: no Natal de 2019, o volume vendido movimentou R$ 73,74 bilhões.
Segundo a CNC, o novo ciclo de aperto monetário iniciado em setembro pelo Banco Central já se reflete em condições menos favoráveis para as despesas do consumidor final. Por outro lado, a taxa de desemprego no menor patamar histórico e o avanço real na massa de rendimentos impulsionam as previsões de vendas melhores neste ano em relação ao ano anterior.
Em 2024, os supermercados e hipermercados concentraram 45% de todas as vendas esperadas, R$ 31,37 bilhões, seguidos pelas lojas especializadas em itens de vestuário, calçados e acessórios, com 28,8% do total (R$ 20,07 bilhões), e pelos estabelecimentos voltados aos artigos de uso pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
"O Natal é a principal data comemorativa do comércio. Juntos, os segmentos de hiper e supermercados e de vestuário devem responder por aproximadamente 75% de tudo o que o varejo vende, principalmente por conta da demanda por alimentos para ceia", previu Fabio Bentes, economista-chefe da CNC em exercício, em nota.
A entidade explica que as vendas do setor varejista registram, em média, aumento de 25% no mês de dezembro. O avanço chega a 80% no segmento de roupas e acessórios, "impulsionado pelas trocas de presentes típicas desta época do ano".
Regionalmente, mais da metade (55,5%) da movimentação financeira prevista ficará concentrada nos estados de São Paulo (R$ 20,96 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,12 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,86 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 4,77 bilhões). Os maiores avanços em relação a 2023 são previstos para o Paraná (+5,1%) e a Bahia (+3,6%).
Dólar pressiona preços
A desvalorização do real ante o dólar deve pressionar os preços dos produtos tipicamente natalinos, com um avanço médio de 5,8%, considerando projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, apurado pelo IBGE) nos 12 meses encerrados em dezembro.
Vagas temporárias
A CNC projeta abertura de 98,1 mil vagas de trabalho temporárias para atender ao volume de vendas. Se confirmado, o número significaria 2,3 mil trabalhadores a menos do que no Natal do ano passado.
"Curiosamente, o número é menor do que o do ano passado, quando mais de 100 mil temporários foram contratados. A razão disso é o fato de que o quadro de funcionários das empresas veio crescendo ao longo do ano, com o aumento de aproximadamente 3% na força de trabalho nos últimos 12 meses, ou seja, mais de 240 mil vagas criadas", explicou Bentes. "Para 2025, a expectativa do próprio setor é que sejam efetivados aproximadamente oito mil desses trabalhadores temporários."
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